ENTREVISTA QUE CONCEDI AOS ALUNOS DE HOMILÉTICA DO CURSO DE TEOLOGIA DO STC EM 2006

Perguntas
(1) Para você, qual é o maior objetivo da pregação no púlpito? Por quê?


Visto que o maior público que está diante de um púlpito é um público de confissão religiosa, a pregação no púlpito tem dois objetivos básicos: primeiro, levar o povo a uma consciência da mensagem do Evangelho destacando os abusos e perversões da mensagem nos dias de hoje; e segundo, conduzir este povo que adquiriu consciência a serem povo de Deus na terra, sal e luz, a fim de que o mundo glorifique ao Pai que está no céu.

(2) Qual o requisito que você considera indispensável para o pregador, para que este seja eficaz?

Convicção do que está pregando. Relação visceral com a mensagem pregada.

(3) Numa pregação, o que você acha que é mais importante? Quanto tempo mínimo ou máximo ela deve ter? Qual (is) requisito(s) necessário(s) para que esta se torne chamativa para você?

A clareza no que está sendo exposto.
O tempo para mim vai de 30min às 1h e 30min.
Os requisitos são: Domínio do assunto; clareza na exposição; objetividade e profundidade do tema.

(4) Qual forma ou tipo de mensagem que você iniciou suas pregações? Que objetivo e estilo elas tinham?

Quando iniciei minhas pregações não seguia nenhum padrão. Quase sempre era um comentário de um texto lido. O objetivo era sempre de explicar o texto apresentado.

(5) Qual então, o tipo ou estilo de “sermão” que você atualmente gosta de pregar? Por quê?

Durante um bom tempo preguei no método expositivo e considero um excelente método devido a clareza e condução do objetivo que este método dá. Hoje, sem perder a linha mestre que nos faz manter-se no tema tenho também usado muito um método discursivo.


(6) Como você se sentiu na sua primeira pregação? E como você se sente hoje quando vai pregar?

Minha primeira experiência foi carregada de muita emoção. Senti medo e incapacidade de alcançar o objetivo, mas o Senhor foi bom. Hoje, sinto o peso da responsabilidade de anunciar, mas estou mais confiante visto que prego aquilo que está meu coração.

(7) Entre as suas primeiras e atuais pregações, qual a maior diferença que você vê?

A relação com a minha própria vida. A mensagem hoje não é só um corpo textual que servia para a apresentação. Prego aquilo que está em mim. Convivo com a mensagem.

(8) Você sente que, tanto no início como no decorrer do seu ministério de pregação, utilizou alguma das várias “técnicas e regras” de homilética? E Atualmente? Quais e como?

No começo utilizei alguns métodos, sendo o expositivo o mais comum. Hoje, sou mais livre dos métodos, mas procuro sempre manter clareza e não fugir de temas.

(9) No decorrer de sua “história de pregação”, qual foi a mensagem, sermão ou pregação que você mais gostou ou considera a melhor? Por quê?

É difícil responder esta questão, já são 12 anos pregando.
Mas uma das últimas eu gostei muito. Falei sobre a mensagem da Graça baseada em Romanos 5. O título era a “o escândalo da Graça” e considerei muito boa, devido a clareza com que o assunto foi exposto e ao processo sistemático que conduziu os ouvintes a uma conclusão comum.

(10) Qual o melhor público que você considera para suas pregações: o vibrante e participante? Ou o silencioso e atencioso? Ou mesmo, o de não crentes, que em maioria segue a mensagem de forma “pasma” e “constrangida”? Por quê?

Atualmente tenho preferido o público silencioso e atento. Passei muitos anos pregando para públicos eufóricos e não acredito que o resultado foi tão proveitoso. Muitas vezes a emoção descontrolada atrapalha o entendimento da mensagem.

(11) Qual a maior diferença que você encontra nos auditórios, congregações e públicos do início das suas pregações para as de hoje? E qual a diferença da receptividade e absorção desses para as mensagens?

Na maioria dos lugares o público já está viciado em uma mensagem, estilo, ou idéia o que às vezes impossibilita que eles ouçam uma mensagem que traz algo diferente. Mas sempre haverá pessoas em cada grupo interessadas e com certeza para esses a mensagem dará o seu resultado.


(12) Com seu tempo de pregação, qual utilidade você vê no esboço? Sente-se preso a ele? Por quê?

Creio que o esboço é essencial principalmente quando a mensagem carrega diversas informações. Ele ajuda a nos manter num rumo específico. Mas creio não ser saudável o pregador que não consegue falar sem o uso dele.

(13) Seja sincero: Você sofreu influência de algum (ns) pregador (es), ensino ou movimento para a formação do seu “estilo de pregação”? Quais e por quê? E sente-se ainda influenciado?

Com toda certeza, ninguém neste mundo não sofre influência. No começo da minha carreira, fui muito influenciado pelo pastor Ricardo Gondim que para mim até hoje é um excelente pregador. Seu método expositivo sempre me atraiu muito, devido a clareza da exposição. Hoje, sou influenciado pelo pastor Caio Fábio devido a visceralidade que encontro nele quando fala de Evangelho, é como vivo e quero viver.


(14) Qual foi ou é melhor pregador, em sua opinião, na sua história de fé ou opinião que você ouviu? Por que você assim o considera? Qual é o melhor Sermão que você ouviu desse que lhe marcou?

Caio Fábio.
Para mim ele é uma das vozes mais influenciadoras de nossa geração. Sua mensagem sempre tem um estilo desafiador, sempre nos conduz a reflexão e ação, fora que é extremamente profunda.
É muito difícil falar de um sermão, então direi que o último que ouvi é maravilhoso – “Peco por sou pecador”

(15) Em sua opinião: Como está o nível de pregação atualmente? Quais são os fatores positivos e negativos que você reconhece?

Para mim há dois grupos distintos no Brasil. O primeiro segue a linha do sensacionalismo e é muito apelativo. A mensagem é vazia, mas atrai as multidões por trazerem receitas rápidas de sucesso.
O segundo é de homens compromissados com a genuína mensagem Evangélica, essa por sua vez atrai menos numa sociedade viciada em “bênçãos”, mas, no entanto é que edifica a alma.

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