O Cordeiro imolado antes – Por quem foi conhecido?



Domingo passado o mano Adailton, recém chegado da Flórida, esteve entre nós, os que caminham em Fortaleza na mesma fé dos do Caminho, e nos trouxe uma palavra sobre a santidade segundo Jesus, no meio de sua mensagem fez a leitura do seguinte texto de Pedro (1 Pe 1.18-23):

“E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós; E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus; Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro; Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre.”

Sua ênfase era o amor como expressão de santidade.

Hoje relendo esse texto me veio à lembrança os vários textos que o Caio já escreveu sobre o Cordeiro imolado antes da fundação do mundo e a ordem de Melquisedeque, e motivado pela pergunta de um amigo, decidi escrever algo a respeito, que não será novo para aqueles que caminham na mesma fé.

Para mim, que sempre tive dificuldade de conviver com o exclusivismo do cristianismo, com suas declarações de salvação condicionada, e com seus “fundamentalismos”, pregar sobre o Cordeiro imolado antes da fundação do mundo é pregar o Evangelho eterno.

Mas qual o significado disto? O que isso quer nos dizer? Quais as verdades aí reveladas?

Ora, a coisa é simples se não tivermos com a mente viciada na “teologia” da igreja. Se Deus morre antes de haver mundo, isso põe toda a criação sobre outra ótica. Ela não será mais aquela que foi criada e se perdeu, fazendo Deus desesperadamente tentar reconquistá-la, o que não conseguirá, visto que a maioria dos cristãos acredita que o número de perdidos é bem maior do que o de salvos.

A criação que nasce da morte de Deus é a criação que existe por causa da Graça. Sim! Como diz o Caio, a redenção veio antes da criação.

Assim, falar de um Cordeiro imolado antes da fundação do mundo é falar que Deus por sua Graça decidiu nos criar, e que toda história está sob o manto dessa verdade, é ela que conduz a história, e por ela que cremos no significado da reconciliação universal. É por causa dela que não nos desesperamos diante das catástrofes humanas, pois apesar de não conseguirmos encontrar sentido racional, cremos que nada está fora deste propósito eterno de Deus de conduzir a criação a Si mesmo.

É por causa do Cordeiro imolado antes que sabemos que todos os homens estão incluídos nessa ambiência de Graça. Este Cordeiro é Senhor de todos os homens, dos que sabem disso e dos que não. Seu sangue eterno é a propiciação dos pecados do mundo inteiro, conforme João.

Quando se crer de fato no Cordeiro Eterno, acabam-se as discussões em torno de temas como a eleição, predestinação, céu, inferno, condenação, salvação. Por que o Eleito é Ele mesmo, que se elegeu como Senhor e Salvador de todos os homens e deu Sua vida para criá-los, antes mesmos de salvá-los.

Pensar de uma maneira diferente é crer num deus pequeno demais!

Meu amigo na sua pergunta, quis saber por quem isso foi conhecido antes. Isso foi conhecido por Deus, pois não houve conselheiro para Ele. Ele decidiu e sua decisão foi em nosso favor. Espero que agora isso possa ser conhecido por todos os homens a fim de que vivam de maneira plena.

Ivo Fernandes
27 de janeiro de 2009

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