Tempo


Perguntei outro dia “Como se esquece de alguém se ama?”. Afirmei em uma poesia que “Um novo amor não serve para matar a saudade de outro”.

Ontem conversei bastante sobre sentimentos, passado, amores, e pensei comigo mesmo o quanto nos perdemos do bem do amor presente por ficarmos presos ao passado. Existe um fato que não podemos negar, amores acabam.

Chega a hora em que a pessoa que você precisa não estará lá. Que partiu aquela que imaginava que seria pra sempre. E o que se faz nessa hora? Aprendi que nenhuma atitude desesperada dará conta, ao contrário quanto mais nos debatemos para esquecer mais forte fica a presença ausente da que se foi.

Não é possível simplesmente com um grito libertar o coração. A multidão de conselhos só nos irrita, as fugas psicoterapêuticas nos cansam, aliás, qualquer fuga é em vão. Trabalho, festas, nada dará conta.

A velha sabedoria aqui volta para nos ensinar. Só o tempo dará conta de todas as coisas. Logo é preciso paciência, deixar as coisas terem seu próprio ritmo. O problema é que cada vez mais consideramos que não temos tempo. Não queremos suportar mais nada. Corremos da dor desesperadamente. Ninguém aguenta ficar triste. Mas da tristeza não se pode fugir. Quem a evita prolonga-a. Certas dores precisam ser sentidas, pois só passam depois de devidamente doídas.

Chega a hora onde é preciso aceitar que certas coisas acabam. A hora de enfrentar certas separações. E entender que muitas vezes a única solução é viver o luto necessário. Só assim no compasso do tempo é que cada coisa tem sua própria solução.

Ivo Fernandes

17 de outubro de 2013

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