tag:blogger.com,1999:blog-35833380108513048322024-03-12T18:18:22.144-07:00Ivo FernandesIvo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.comBlogger291125tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-92074497717125578912022-03-28T08:13:00.003-07:002022-03-30T07:23:49.633-07:00 A mulher e o mendigo, e a pobreza de nossas almas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoFWepjhW_9bJkHScHy5hQkZoQipB5njHRN5aelLraGlNO4DYj_vLOWYzL9MbnUjBcvUIbcceC9EbHb2NKe5HBbEm9c9nIRNaSuBzYTsQuZrcjqnBhCCJJ5frIfd3b31nyJd8IP86VtpNTVPD-IlsGIcdAulIov6Jf3puQtYkvqrAHVWOIfvUNIOMgVw/s1080/Instagram%20post%20dia%20mundial%20da%20%C3%A1gua%20preserva%C3%A7%C3%A3o%20azul.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoFWepjhW_9bJkHScHy5hQkZoQipB5njHRN5aelLraGlNO4DYj_vLOWYzL9MbnUjBcvUIbcceC9EbHb2NKe5HBbEm9c9nIRNaSuBzYTsQuZrcjqnBhCCJJ5frIfd3b31nyJd8IP86VtpNTVPD-IlsGIcdAulIov6Jf3puQtYkvqrAHVWOIfvUNIOMgVw/s320/Instagram%20post%20dia%20mundial%20da%20%C3%A1gua%20preserva%C3%A7%C3%A3o%20azul.png" width="320" /></a></div><p style="text-align: justify;">Desde o primeiro momento em que vi o vídeo que circulou na internet, naquele instante apenas sobre uma possível traição conjugal, quis falar sobre o assunto, por diversas razões e questões que essa história desperta. Quando vi, eu estava na academia, e um programa desses de fofoca noticiava o acontecimento. Como não seria diferente, cheio de sensacionalismo, com foco na traição e no ato de um marido “que levou cifre” estar indignado. </p><p style="text-align: justify;">A primeira coisa que me veio à mente foi a questão da exposição pública, que hoje, com a força das redes sociais e da internet, faz com que todos sejamos todos vítimas e algozes desse processo cruel. Depois a história com um tom de humor, afinal brasileiro “não perde a piada”, e “é pra isso que a gente paga a internet”. E, por alguns momentos, eu também ri da situação. O nosso humor esconde muita coisa sobre nós. </p><p style="text-align: justify;">A segunda questão que me tomou, e quase sempre me toma, é perceber a hipocrisia dos comentadores de plantão. Como é danoso para minha alma ver nas publicações a qualidade ética de uma boa parte dos brasileiros. A partir daquele momento, não importa mais nada, não importa o sentir da mulher, sua real condição, seus motivos, nem do mendigo, nem do marido. Já tínhamos elegido uma narrativa e dela não abrimos mão, mesmo ao custo da vida alheia. </p><p style="text-align: justify;">Ninguém quis dar crédito à voz do marido, aliás, ridicularizaram-no, o “tipo corno manso”. Como um marido aceita o acontecimento? Como ele não vê que sua mulher com que ele convivia era na verdade uma “tarada”? O homem que defende sua mulher mesmo numa situação confusa em vez de ser visto como um bom homem é visto como otário, e o mendigo, que até então era apenas o mendigo com quem a mulher transou vira um herói nacional, mais um, no panteão dos heróis brasileiros de um tempo decadente de nossa nação. </p><p style="text-align: justify;">Pensei, então, em falar a partir de uma análise psicanalítica, afinal, o cenário permitia várias análises. Quantos elementos! Religião, sexo, diferença social, fetiches, casamento, moral, exposição pública. Mas recuei porque não queria ser mais um a ter necessariamente que emitir uma opinião. Pensei nos aspectos sociológicos, nos arquétipos presentes no ato. Os dias passaram, agora tínhamos mais materiais, de um lado a entrevista do marido, do outro a do mendigo. E o resultado disso é bem óbvio diante de tudo que já disse. E a mulher? A mulher está em silêncio, com diagnóstico psiquiátrico de surto psicótico, e está internada desde o acontecimento, mas isso importa?!</p><p style="text-align: justify;">Nada importa para almas pobres, carentes de decência e bom senso! O que realmente aconteceu ali talvez fique pra sempre escondido, inclusive dos próprios envolvidos, afinal, ainda reina em nossos atos as forças inconscientes. Porém, sabemos que nossa condição ética precisa ser salva da miséria em que ela está submetida. Precisamos urgente de almas nobres, que se elevem diante da mediocridade. Precisamos de brasileiros que dignifiquem nossa nação, pois só gente decente, que primeiramente vence a própria hipocrisia, e que tem noção mínima de civilidade, que respeita intimidades, que não julga precipitadamente, e que acima de tudo reverencia uma alma humana, podem mudar esse cenário terrível de valores baixos. </p><p style="text-align: justify;">Talvez, todos nós erramos e temos errado bastante. É preciso ouvir realmente as pessoas respeitando sua privacidade, não antecipando narrativas, não comercializando almas e dores para conseguirmos likes, seguidores, audiência. Espero que a mulher se recupere de seu estado mental para viver aquilo que ela decidir viver sem intervenção ou juízo de ninguém. Espero que o marido se recupere e que se efetivamente amar e respeitar sua esposa construam algo belo juntos. Espero que o mendigo entenda que ele não é um herói, mas apenas um outro sendo usado por quem deseja holofote, que ele não se torne mais um e esqueça de sua real condição, a que realmente deveria ser combatida. Espero que as pessoas se toquem, se percebam, se enxerguem e aprendam a “perder a piada” antes que percam suas almas, pois parafraseando o mestre de Nazaré do que adianta ganharmos todos os likes do mundo inteiro e perdemos nossa alma?</p><p style="text-align: justify;">Eu ainda insisto em outro mundo!</p><p style="text-align: justify;"><b><br /></b></p><p style="text-align: justify;"><b>Ivo Fernandes</b></p><p style="text-align: justify;"><b>28 de março de 2022</b></p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-81377760994786517712022-03-14T09:16:00.000-07:002022-03-14T09:16:02.028-07:00Podcast - Do nascimento ao silêncio<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgKKMTwP8wygvGCnyV8gKi_GWq358bDKDY6oRGMbmpieBZ2w9CMLtFJ5Ow6J5NY7xehC2mOPuZAJ3F883Xg9DGsxtfJ6l4Nl8a_FCRi0_loAnxTdn9MJ9kjC9hauvHxgrvQ2SaV040ANsu3C7etwP1d0CwlfMo1IZ3kLT6cDlbgWbWdMs59YaI14Qirow=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgKKMTwP8wygvGCnyV8gKi_GWq358bDKDY6oRGMbmpieBZ2w9CMLtFJ5Ow6J5NY7xehC2mOPuZAJ3F883Xg9DGsxtfJ6l4Nl8a_FCRi0_loAnxTdn9MJ9kjC9hauvHxgrvQ2SaV040ANsu3C7etwP1d0CwlfMo1IZ3kLT6cDlbgWbWdMs59YaI14Qirow=s320" width="320" /></a></div><br /> No Podcast “Reflexão da semana”, falo sobre o silêncio, como proposta de uma amiga do PROGRAMA SER. <p></p><p>A reflexão é costurada em cima do texto “Do nascimento ao silêncio”, escrito em 2010 e postado no meu blog (<a href="https://ivofernandes.blogspot.com/2010/07/do-nascimento-ao-silencio.html">LINK</a>).</p><p>Os temas abordados nesse podcast: silêncio, identidade, autoconhecimento, psicanálise, religião, teologia, filosofia, poesia. </p><p>Tenham todos e todas uma excelente semana!</p><p><a href="https://anchor.fm/ivofernandes/episodes/Do-nascimento-ao-silncio-e1fmoeu/a-a7irnls">LINK DO PODCAST</a></p><p><br /></p><p>#hoje #podcast #reflexão #vida #bemviver #oportunidades #filosofia #filosofiadevida #psicanálise #façaanálise #façaterapia #novo #autosabotagem #ética #semana #reflexãodasemana #isech #spech #caminho #ivofernandes</p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-61693260673478781912022-03-12T16:41:00.005-08:002022-03-12T16:41:39.397-08:00Deus está distraído?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiOHyK5lykNSDp8gEKS0Sxe1GnWriHKDJqZ_t5NMaNNNQKJqu6KOZT4UQ3d9OFbGetyCBWGwkvSZVGJGgHQz5Bs-HI8wSb_oGw6h5uFnlZ0CX0XeveOQrIZaHHRw3ij92FyA747YkSaijDGso84sanLyK5a7foKG2ZxEEF_oXm4FjFBuoOE1PsaUDnNzQ=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiOHyK5lykNSDp8gEKS0Sxe1GnWriHKDJqZ_t5NMaNNNQKJqu6KOZT4UQ3d9OFbGetyCBWGwkvSZVGJGgHQz5Bs-HI8wSb_oGw6h5uFnlZ0CX0XeveOQrIZaHHRw3ij92FyA747YkSaijDGso84sanLyK5a7foKG2ZxEEF_oXm4FjFBuoOE1PsaUDnNzQ=s320" width="320" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Assisti o filme “O Bombardeio” (2021), do diretor dinamarquês Ole Bornedal, e ele já entrou para a lista dos filmes que me emocionam pela qualidade da produção, atuação, direção, mas acima de tudo por me fazer pensar e sentir.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Sobre o que ele me fez pensar? Sobre a guerra, a humanidade, Deus e nossa frágil, porém insistente, esperança e fé.</p><p style="text-align: justify;">A frase que para mim faz elo é dita pela noviça Teresa... “Deus nunca dorme, mas pode se distrair” e no fim, por Rigmor, com a pergunta: “Deus deixou um lápis cair?”, pois, diante dos horrores da guerra, como manter a crença? A mera atribuição de culpa ao homem, como única explicação para tamanha miséria nunca me foi suficiente. No fundo eu nunca acreditei nas explicações que boa parte da teologia me deu. Como Teresa, sempre me vi entre a vocação e as questões filosóficas que espreitavam minhas crenças. </p><p style="text-align: justify;">Coincidentemente, no dia anterior, numa conversa sobre o suicídio com alunos, depois de alguns relatos, uma aluna me perguntou se eu acreditava em Deus. Preciso confessar nunca me foi fácil crer no Deus da minha religião, mas tão difícil quanto é negar Deus e a possibilidade do sentido e da beleza. </p><p style="text-align: justify;">O filme traz para perto de mim que estou longe dos atuais ataques de guerra os horrores de tudo isso. A guerra não faz sentido na medida que nega a beleza do mundo. Quem ganha com uma guerra? Quem paga realmente com sua vida por uma guerra? </p><p style="text-align: justify;">Ali estava a revelação, jovens perdidos promovendo a morte de 104 pessoas, sendo 86 crianças com o lançamento de bombas contra a Escola Francesa em Copenhague, em 21 de março de 1945. Foi um erro? A guerra é o erro!</p><p style="text-align: justify;">Voltando à pergunta da minha aluna, fiquei pensando nela o dia inteiro. Na manhã do outro dia, numa conversa que já virou ritual com minha mulher, falei sobre o tema. Dela retirei algumas conclusões sobre minha crença e fé. Eu acredito em Deus, porque acredito na Beleza que dá sentido ao cosmo, mas não creio em Deus que esteja a controlar todos os passos da história, do contrário, teria que assumir para o bem da minha alma que ele se distrai e por isso as guerras e a morte de crianças. </p><p style="text-align: justify;">O filme me ajudou a entender a Beleza presente na ação das crianças, na crise de fé da noviça e na relação dela com o soldado. Sim! Eu acredito nos homens apesar deles. A amizade entre Rigmor, Eva e Henrik, exalta a beleza que resiste mesmo em tempos de guerra.</p><p style="text-align: justify;">Espero que nesses tempos todas as pessoas que estão em guerra encontrem a Beleza que as salvará!</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Ivo Fernandes</p><p style="text-align: justify;">12 de março de 2022</p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-16828336430188442902022-03-08T07:33:00.006-08:002022-03-08T07:34:52.224-08:00 O que quer a mulher?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiyv9ERN6HDVDy9TYuRKHtpy6Gm3T51Unyr9NVYiyHzT0AzyundhltFD7jANDgk5jkTCdOf3J2r15WJECJ7942BJZ2eGm34AHK9RL9XeKj-hoV4Ied--eeyCeJDs8CGmCgK8Q2_7ikeVZXuMTcWbuXGxlamh8g-KTs7VIwKLTEa7Bj7jU-E0LROm2cChA=s1080" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiyv9ERN6HDVDy9TYuRKHtpy6Gm3T51Unyr9NVYiyHzT0AzyundhltFD7jANDgk5jkTCdOf3J2r15WJECJ7942BJZ2eGm34AHK9RL9XeKj-hoV4Ied--eeyCeJDs8CGmCgK8Q2_7ikeVZXuMTcWbuXGxlamh8g-KTs7VIwKLTEa7Bj7jU-E0LROm2cChA=s320" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p><p style="text-align: justify;">O que é a mulher? A mulher existe? Qual sua origem? Toda redução das questões envolvidas nas perguntas anteriores é um prejuízo para todos nós. </p><p style="text-align: justify;">A psicanálise não se omitiu da questão. Freud não se omitiu, mesmo não conseguindo atravessar a barreira de si mesmo rumo àquilo que ela chamava de continente negro. Ele partiu da máxima que “não se nasce mulher nem homem, mas nos tornamos um ou outro”, quão revolucionária foi essa questão. É a partir dela que podemos tentar desconstruir a figura universal e abstrata de A Mulher, que nada mais é que “um conjunto de imagens e representações que tentam produzir uma identidade para todas as mulheres sem alcançar nenhuma delas em sua singularidade”. </p><p style="text-align: justify;">Para entendermos as questões se faz necessário o mergulho na história do conceito, e suas produções de feitos no percurso histórico. Quem é a mulher da história? Quem é a mulher em cada momento histórico? Ser uma mulher é o mesmo que ser A Mulher? </p><p style="text-align: justify;">A psicanálise foi fundada pelas mulheres do Dr. Freud, é na voz, no sentir e no revelar delas que surge essa forma de conhecer todos nós. Mulheres ativas nesse processo. Mulheres que falam, que devem falar, que avisam ao próprio médico que não as interrompa. Mulheres que surgem. </p><p style="text-align: justify;">Mas como lidar com isso que surge e traz consigo o que não pode ser suportado? Talvez por isso desejou-se manter as mulheres presas no imaginário da mulher com “natureza feminina” “naturalmente sensual e desmedida, e, ao mesmo tempo, naturalmente sensível e amorosa, destinada ao casamento (por amor, é claro) e à maternidade, funções que só realizarão se for domesticada (no duplo sentido da palavra)”. Como superar esse imaginário?</p><p style="text-align: justify;">Penso que nem mesmo Freud conseguiu isso, afinal sua última questão a respeito do tema assumia sua ignorância, ou sua decisão de ser ignorante “afinal, o que quer a mulher?” encerrando a mulher num discurso de mistério e restando o discurso clínico da mulher castrada, faltosa, histérica, dependente do outro, no caso, do homem, para poder ser. A mulher nesses termos seria a que fracassa sempre. </p><p style="text-align: justify;">Como superar esse discurso? Como efetivamente ouvir as mulheres? Como fazer as mulheres se ouvirem? Como se torna uma mulher para além dA Mulher? É possível escapar ao destino anatômico? </p><p style="text-align: justify;">Penso que a psicanálise conseguiu ir além de Freud e nos ajudar nisso. É necessário desmontarmos A Mulher imaginária e fazer surgir a mulher, e a outra mulher e ainda a outra mulher.</p><p style="text-align: justify;">É a partir daqui que podemos nos encontrar com o que talvez Freud não quis ou não pode, com o fato de que não há diferença fundamental, de que a castração, a falta, a dependência é algo nosso, não das mulheres, mas de todos nós seres bissexuais, que carregam o feminino e o masculino. </p><p style="text-align: justify;">O que eu quero esconder de mim quando escondo as mulheres? O que quero calar quando calo as mulheres? Do que tenho medo quando impeço o existir das mulheres? Afinal, o que querem os homens?</p><p style="text-align: justify;">Ora, nesses termos, podemos inferir que o feminino e o masculino representam em nós condições de ser, mas que por força de uma cultura machista nos legou a associação simbólica do feminino como a falta e do masculino como a força. Sem negar tais condições de ser é preciso perverter, sim, perverter e não reverter, pois reverter seria produzir o mesmo pelo lado oposto, então é preciso perverter o que de alguma maneira outros psicanalistas fizeram, como Lacan, mas que também ainda foram filhos de seu tempo marcados pelo seus medos, assim como eu agora, ainda não darei conta de superar a questão da mulher, não por não saber o que ela quer, mas por evitar a todo custo o encontro comigo mesmo, seja o nome que dermos a isso.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Ivo Fernandes</p><p style="text-align: justify;">8 de março de 2022</p><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Obs. Textos entre aspas: Freud / Marilena Chauí</p><p style="text-align: justify;">#diainternacionaldamulher #mulher #mulheres #psicanálise #freud #lacan #feminino #masculino #filosofia #isech #spech</p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-26005744970668636652022-02-17T17:17:00.004-08:002022-02-17T17:17:34.967-08:00“Eu estou sendo eu mesmo” <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjX36vCKt8fQEIARfSt9vNH5yXDlDly99M9lQEbYPDJkJDEsB2zsJkHGka8bwZT2uSrlLSw3sQV3AI1j15A-IARuFPzvWbAj3TBaICG_gDD1ui-jKkNs2TI9n7UfysjbHkfABFh5rlHCtoIhFkRLBDxUK3IykDkpAlaYTZActcqWuqA1Qaecn9rtvRsTA=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjX36vCKt8fQEIARfSt9vNH5yXDlDly99M9lQEbYPDJkJDEsB2zsJkHGka8bwZT2uSrlLSw3sQV3AI1j15A-IARuFPzvWbAj3TBaICG_gDD1ui-jKkNs2TI9n7UfysjbHkfABFh5rlHCtoIhFkRLBDxUK3IykDkpAlaYTZActcqWuqA1Qaecn9rtvRsTA=s320" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p><p>Uma das frases mais repetidas em ‘reality shows’ é - eu estou sendo eu mesmo. E aqui está uma
questão que torna programas assim tão interessantes para quem deseja dele
extrair uma reflexão psicanalítica.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Lacan nos disse “a verdade tem uma estrutura de ficção”. A
verdade de quem somos manifesta num programa televiso é como tudo em nosso
tempo líquido. As coisas são, mas não mais como um ser, e sim como um menos de
ser, tal qual café descafeinado, é café, mas não é café. Dessa forma, as
pessoas participam de uma ficção onde elas representam a si mesmas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">As pessoas nos reality shows são elas mesmos como menos de
ser, o que vemos é ficção de cada pessoa. Podemos dizer, assim, que cada um que
vive tal experiência representa a si mesmo, fazendo-nos achar que estão sendo
eles mesmos, ignorando que estão representando.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mas isso não é só para quem está nos tais programas, isso é
sobre todos nós, e aqueles que acham que não representam a si mesmos numa
constante ficção são os mais enganados. A identidade de cada um é forjada pelas
máscaras usadas diante do outro. E são justamente essas máscaras que conferem à
minha ficção de ser o status para me referir como um eu sou. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ao percebermos o furo nessa trama nos lançamos no
desconforto de ser. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">O que faz de mim quem sou? Como a questão do outro me
atravessa? E nesse desconforto se revela que o meu desejo é o desejo do outro,
o desejo pelo outro, e o desejo pelo que o outro deseja, até me encontrar no
desejo do outro. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Avançamos quando notamos a trama de nossa ficção em vez de
nos cegarmos na negação dela. A resposta para a pergunta “quem sou eu?” é a
grande aventura do existir, mas contra ela existe nossa própria mania de achar
que sabemos!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ivo Fernandes<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">17 de fevereiro de 2022<o:p></o:p></p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-25726431588427021102022-01-24T05:47:00.002-08:002022-01-24T05:47:25.069-08:00O que é o Caminho da Graça?<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjcgbkJhTW8QVG1xprFJOxdJRh_WBeiphJPk1LCs4ToFURRWESSaNNFujc1Y_uS6Tlc-VwsQgpw5fUei3Jzaymk1UOmELw1bMrWk1H3L2Cv-udqwVw02bPCZRdoPrVcF1x8lYfF1UpxAuRc9_7n8PHEVv0XvDGLHPKVS8OPT-LwLP7zxb1dRgha4u039Q=s1000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjcgbkJhTW8QVG1xprFJOxdJRh_WBeiphJPk1LCs4ToFURRWESSaNNFujc1Y_uS6Tlc-VwsQgpw5fUei3Jzaymk1UOmELw1bMrWk1H3L2Cv-udqwVw02bPCZRdoPrVcF1x8lYfF1UpxAuRc9_7n8PHEVv0XvDGLHPKVS8OPT-LwLP7zxb1dRgha4u039Q=s320" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Faz mais de 15 anos que faço parte de um movimento de
espiritualidade e fé chamado Caminho da Graça. Nesse tempo todo, mentorio uma
estação local de divulgação do Evangelho, crido de maneira comum pelos membros
desse movimento.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Já foram muitas as experiências vividas até aqui, muitas as
sensações, muitas as apostas e muitas também foram as mudanças. Pela estação
passaram e continuam passando muitas pessoas, e com muitas delas fiz esse
movimento por essa terra do sol se desenvolver. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">No decorrer dos anos, os pensamentos de muitos mudaram sobre
muitas coisas, inclusive os meus, alguns desses pensamentos levaram ao
afastamento de alguns de nós, mas pelo menos em mim, tudo foi leve, pois desde
o início nunca fizemos da estação um curral. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">A estação foi e é um lugar de passagem para quem trilha esse
caminho de Graça. Nesse lugar de passagem os caminhantes compartilham de sua fé
e ministram a cada um o seu dom. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">E o que é o Caminho da Graça? Respostas mais formais podemos
encontrar nos sites e nas redes sociais do movimento, mas para mim trata-se de
um movimento de pregação do Evangelho de Jesus. E como movimento é dinâmico,
logo, não estamos presos a formatos, formas ou modos de transmissão, por isso
mesmo, quem andar pelas estações do Brasil encontrará muita diversidade. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Por aqui nossa estação vivenciou muitas formas e se utilizou
de muitas fôrmas. Em todas elas, pessoas eram atraídas, outras afastadas, mas
quem realmente estava apegado ao fundamento, com isso nunca se importou muito.
E qual o fundamento? Deus é amor, e onde houver amor Deus aí está! E não é à
toa que entre nós se diz: nosso único dogma é o amor!<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Chegamos a 2022, e como está a estação em Fortaleza? Bom,
talvez em seu momento mais parecido com o “primeiro amor”, estamos nesse exato
momento, sem reuniões regulares, sem espaço físico, sem grupo formalmente
formado, sem contribuições significativas, mas com alguns que insistem em se
ver e se comportar como irmãos e como comunidade.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Não somos uma denominação religiosa, apesar de
desenvolvermos temática espiritual. Não somos uma igreja nos moldes
tradicionais e institucionais do termo. Então o que somos? Somos um corpo de
irmãos que insistem em caminhar juntos. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Eu particularmente, não carrego mais em mim nenhuma
identidade tipicamente evangélica ou cristã, mas continuo carregando as marcas
de Cristo, ou pelo menos tentando. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">E por que ainda sou do Caminho, enquanto movimento? Porque
continuo pensando, conforme o Caio uma vez disse: - O “Caminho da Graça” é para
gente do Caminho de Jesus e que está buscando de modo social e comunitário
aquilo que já crê de modo individual e existencial - Assim só estou no caminho
da Graça porque o Caminho já estava em mim. E ainda conforme o Caio: - o
“Caminho da Graça” não é para gente que precisa ser “convencida” de que lá-aqui
é o seu lugar-andante.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Por isso, pelo menos aqui, não existe estratégia de
convencimento ou conversão de ninguém a nada. Nós não somos o Espírito, nem a
Verdade, nem o Caminho, somos só pessoas que se alimentam de algo e partilham
com os que desejam.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">O que é o Caminho da Graça? Um modo de ser no caminho da
vida, marcado pela fé, esperança e amor.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">A partir de fevereiro voltarei a me reunir com pessoas que
desejam, voltarei a contar com elas para dá seguimento ao meu ministério e a
esse movimento que ainda o represento por aqui. Espero que os que comigo
estejam se repartam em forma de dons e serviços. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Se o seu caminho é outro, siga em paz! Se identifica-se
conosco apenas vem! O que é necessário? O mesmo de antes: andar no Caminho é
necessário fé para se trilhar o Caminho estreito da negação da justiça-própria,
do esvaziar de todo juízo contra o próximo, do abandonar das certezas religiosas.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Termino aqui, dizendo o mesmo que disse há 15 anos atrás,
juntado minhas palavras as de Caio Fábio quando disse que é conforme o
Evangelho que o “Caminho da Graça” está caminhando feliz e em paz!<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Nele que é o Caminho para todos!</span></p>
<p class="MsoNormal"><span class="MsoSubtleEmphasis"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></span></span></p>
<p><span style="font-family: Arial, sans-serif;">23 de janeiro de 2022</span> </p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-68927995351294894902022-01-19T14:44:00.000-08:002022-01-19T14:44:08.780-08:00 Por que dizer não à formação universitária em psicanálise? <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhALn8zrxjY0IQfXDBI5RdnJydXV8Rs1eSVvKK1tLJcQpbGAzIUFO-pggooM_j5NOcMQ2hO1-i0B5qcAUqtKnpUYh_uWkbQwUZe7kqMTs_SxyCeuDiZKGotPPaKgO8w4Usw4L_4oXIdC1sq51Fa74MNqWFGMab-JNJLSafAL8_mZAllz2ZOxvMCyLHhLg=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhALn8zrxjY0IQfXDBI5RdnJydXV8Rs1eSVvKK1tLJcQpbGAzIUFO-pggooM_j5NOcMQ2hO1-i0B5qcAUqtKnpUYh_uWkbQwUZe7kqMTs_SxyCeuDiZKGotPPaKgO8w4Usw4L_4oXIdC1sq51Fa74MNqWFGMab-JNJLSafAL8_mZAllz2ZOxvMCyLHhLg=s320" width="320" /></a></div><br /> <p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Por que dizer não à formação
universitária em psicanálise? Porque nada na psicanálise é estável ou
universal. Nem um dos seus temas cabe no discurso universitário. Psicanálise só
é possível na clínica e na transmissão pela reflexão e pesquisa contínua.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Como levar o divã para a
sala de aula? Como determinar o período de análise necessário? Já bastam as
várias escolas psicanalíticas que transformaram a psicanálise em curso que pode
ser certificado, colocando a análise pessoal dentro de um número e não no
correto exercício analítico. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu amo psicanálise como amo
filosofia por uma mesma razão, elas nascem da questão posta em mim, por mim e
para mim. Não há transmissão da psicanálise sem análise pessoal. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O território psicanalítico
não é médico, nem pastoral, nem universitário. A psicanálise opera no campo das
questões, e diferente da filosofia não é uma busca de autoconhecimento, mas uma
busca do não saber, aí onde somos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">De Freud a Lacan, vimos que
a psicanálise lida com o que não fecha. Lida com aquilo que não se resolve,
Freud, e com o que não existe, Lacan, a relação sexual. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Logo, para lidar com esse
território instável, é necessário por ele ter andado, e ninguém conduzirá outro
para além do lugar que foi. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Não é em sala de aula que
obteremos a resposta. O suportar de si depende do percurso pessoal analítico.
Cada um deverá dá conta, somos responsáveis pela resposta aceita, crida,
inventada, admitida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quer ser um psicanalista?
Faça análise antes de tudo, mergulhe nas partilhas que outros já fizeram e
continuam fazendo e se reúna com pessoas no mesmo percurso. A isso chamamos de
tripé psicanalítico: análise, teoria e supervisão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu tenho feito meu percurso
atualmente com outros por meio da Sociedade Psicanalítica Ecce Homo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">19 de janeiro de 2022<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #0f1419; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">#psicanálise
#formaçãoempsicacálise #freud #lacan #análise #façaanálise
#sociedadepsicanalíticaeccehomo #crítica #reflexão #filosofia #cotidiano
#atualidade</span><o:p></o:p></p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-40265473392795041462021-12-24T11:03:00.003-08:002021-12-24T11:03:46.882-08:00 Natal 2021 <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhcctwjzMCa_ViuUqH06cjiUb5vhji_r0mE8SFl5l568Gd-wHjs-XQ--UmS4ubwJd2b7D6KCEWUgueg2YQGcGJHoYY55LsA43YEsPQiFFnycTgV7ZD22jfsIeNpEWRDQuNWznqEiXYQ2J4Zr5CikJpnCxXjr1TNfNcGu90ytyp-x3Z9K1CXTL7bH6h5DQ=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhcctwjzMCa_ViuUqH06cjiUb5vhji_r0mE8SFl5l568Gd-wHjs-XQ--UmS4ubwJd2b7D6KCEWUgueg2YQGcGJHoYY55LsA43YEsPQiFFnycTgV7ZD22jfsIeNpEWRDQuNWznqEiXYQ2J4Zr5CikJpnCxXjr1TNfNcGu90ytyp-x3Z9K1CXTL7bH6h5DQ=s320" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Escrever sobre o Natal de 2021
foi um desafio, diferente de muitos anos anteriores não havia em mim vontade de
tratar nenhuma temática teológica, mas aí lembrei que, na verdade, nunca tratei
o Natal assim. Em mim o Natal é uma questão de fé, e não de crença. E o que
isso significa? Significa que ela não precisa fazer sentido, não precisa ser
aceita, não precisa ser crida. Ela tem apenas que calar a questão, encerrar a
pergunta e fazer o ser saber sem conhecimento algum. Loucura? Talvez! A fé é o
absurdo dos absurdos!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nos últimos anos, algo que sempre
em mim esteve presente ganhou forma e realidade, o fato de que sou um homem de
fé firme e constante, mas de crenças móveis abertas a toda revisão e até ao
abandono. Não me importo em rejeitar crenças, pois em mim a fé é a força que me
move.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Quanto ao Natal, minha crença
pouco mudou, mas se fosse explicá-la aqui seria em muitos aspectos diferentes
de muitos cristãos. Por exemplo, não sinto necessidade do evento do Natal ser
um evento histórico, quem exige história são crenças, a fé não é dependente de
fatos históricos. Questões como o nascimento virginal, local do nascimento, são
coisas que não me importam. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O Natal carrega uma mensagem
subjetiva, e tudo nele carrega vários belíssimos significados. Nesse ano o que tem
me tocado é o local do nascimento. O símbolo do estábulo me toca porque assim
me sinto diante da grandeza da vida, e é maravilhoso pensar que o divino
adentra todos os espaços, dos palácios aos estábulos, colocando tudo sob a
mesma condição. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O que desejo nesse Natal é ser
moradia do divino, é misturar em mim os animais que me habitam com a presença
dos seres celestiais. Quero ser estábulo que recebe viajantes que não têm onde
repousar a cabeça, quero acolher quem já acolhe em si o mistério. Quero ser manjedoura
onde o divino dorme. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">E que o ano de 2022 traga paz aos
homens de boa vontade!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">24 de dezembro de 2021<o:p></o:p></p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-76576599299808700772021-10-08T04:03:00.000-07:002021-10-08T04:03:09.375-07:00 Alice, seus encantos e mistérios <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://s2.glbimg.com/UQrZh0ahDW8EIWQ82yWueH2V9os=/512x320/smart/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2017/07/04/alice-in-wonderland.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="512" height="320" src="https://s2.glbimg.com/UQrZh0ahDW8EIWQ82yWueH2V9os=/512x320/smart/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2017/07/04/alice-in-wonderland.jpg" width="512" /></a></div><br /><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Quem não
conhece a história de Alice no país das maravilhas, mesmo que nunca tenha
lido?! A grande questão é o que faz dessa obra uma das mais lidas e comentadas,
ao lado da bíblia e de Shakespeare?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Escrita por
Charles Lutwidge Dodgson, pseudônimo de Lewis Carroll, que nasceu em 27 de
janeiro de 1832, na Inglaterra, e faleceu em 14 de janeiro de 1898. Um poeta,
romancista e matemático, que, apesar de sua brilhante inteligência, carregava o
peso de um corpo frágil. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Lewis
Carroll, segundo seus biógrafos era um cristão devoto e praticante, e, no
entanto, via-se como um pecador contumaz. Nunca se casou ou teve filhos e se
alegrava muito com as amizades de crianças do sexo feminino, o que cerca até
hoje o escritor com sombras a respeito dessas amizades.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">O fato é que
ele gostava de crianças e crianças gostavam dele. De acordo com suas
biografias, o que concluo é que Lewis apreciava o belo e via na criança,
especialmente do sexo feminino, o apontamento para a beleza, não é à toa que
outra paixão do autor era a fotografia. Capturar a beleza parece perseguir almas
geniais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Tudo que
cerca esse autor já é suficiente para despertar interesse em sua obra. A
complexidade de suas ideias e suas características pessoais junto com seus
possíveis desejos e lutas tornam tudo o mais interessante. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Sabemos que
Alice é inspirado em uma Alice real, mas quanto de real de fato há na
imaginação? Era sobre Alice, sobre crianças, adolescentes, ou sobre si mesmo
que Lewis escrevia?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Penso que o
título original diz muito sobre a questão acima: “Alice por baixo da Terra”. O
país das maravilhas é acessado por um buraco na terra. Trata-se de um lugar
interior, profundo, escuro, dentro! Mas quem gosta de lugares assim? A Alice
real não gostou, e então surge “Alice no País das Maravilhas.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Alice no País
das Maravilhas é um livro encantador por carregar uma infinidade de
interpretações. É um livro sobre a pergunta fundamental: quem sou eu? Sou um ou
muitos? Sou o mesmo ou mudo o tempo todo?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Bom, por
essas razões, o Clube de Leitura Linha a Linha do PROGRAMA SER, do qual tenho a
alegria de ser o idealizador, começa suas atividades com essa obra. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;">Se você
deseja seguir o coelho branco, vem com a gente! Participe do<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>PROGRAMA SER.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><b>Ivo Fernandes<o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><b>07 de outubro
de 2021</b></span><o:p></o:p></p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-53717624461065693642021-09-30T13:13:00.001-07:002021-09-30T13:13:17.950-07:00 SER professor<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQP0YPIaisRSq-zPTW_vmz_4UgC0qGZs28xXA&usqp=CAU" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="194" data-original-width="260" height="194" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQP0YPIaisRSq-zPTW_vmz_4UgC0qGZs28xXA&usqp=CAU" width="260" /></a></div><br />Da série: Diário de um professor<p></p><p><br /></p><p style="text-align: justify;">Hoje, 30 de setembro de 2021, dei minha primeira aula presencial como professor da rede estadual de ensino do Estado do Ceará, e aquilo que é próprio à minha pessoa e ao meu ofício ocorreu, um jogo transferencial de afetos. De um lado, um grupo de jovens visivelmente necessitados de elementos que eles nem sabem o que, do outro um professor que tem na alma o desejo de servir. </p><p style="text-align: justify;">Pois bem, tratava-se de uma turma de terceiro ano, o que vi e ouvi daqueles jovens foram afirmações de impossibilidades e de “não saber”. Poucos projetos, poucos planos. Pensei, então, na diferença da realidade social entre os alunos daquela turma e de tantas outras, onde lecionei, nas escolas particulares. </p><p style="text-align: justify;">Fiz uma pergunta: Quantos aqui desejam ou vão fazer o ENEM, apenas um respondeu positivamente e de maneira muito tímida. Os outros carregavam a afirmação de uma aluna que em uma aula anterior me disse que não faria porque não tinha condições de passar; acompanhada de outra, que disse que primeiro o trabalho, depois pagaria uma faculdade particular. Que contradição social! Quem não pode é justamente o que vai ter que pagar!</p><p style="text-align: justify;">Eu estava e cabia a mim fazer alguma coisa, e fiz o que me era próprio. Primeiro me importei com cada um deles, depois, a partir da realidade deles, comecei a ensinar a filosofar. Sim! Mas importante que aprender filosofia, é preciso aprender filosofar! E de repente aqueles meninos e meninas estavam todos participando da discussão que envolveu a necessidade de pensar, o direito, o respeito, a liberdade e o acolhimento das diferenças. A aula passou do tempo e eles não queriam que acabassem. </p><p style="text-align: justify;">Sai daquela aula com a confirmação do que venho dizendo e sentindo. Sou professor e vejo isso como uma missão, uma responsabilidade. Quero contribuir para a felicidade dos meus alunos, independente se vão ou não fazer ENEM. Não me vejo fazendo outra coisa senão semeando um mundo melhor. </p><p style="text-align: justify;">Sai dali e tive vontade de começar a registrar essas experiências, pois talvez ajude outros a se engajarem no projeto de um outro mundo. Pretendo, dentro do possível, me conectar com todos a fim de fazer diferença. E por todos os meios que me for possível. Resgatei até o Tik Tok, e a pedido de alguns alunos, vou retomar o canal do You tube. Vou também criar um programa de Filosofia, semelhante ao PROGRAMA SER que já acompanho. E esse programa foi pedido por alunos do terceiro ano que, depois de assistirem algumas aulas, disseram que não queriam parar de filosofar, e me pediram para ajudá-los. Como dizer não a um pedido desses? Gosto de redes sociais? Nem tanto. Nenhuma habilidade em edições ou coisa parecida, mas tenho vontade de ajudar o maior número de pessoas que puder. </p><p style="text-align: justify;">Cheguei em casa, e recebi um direct de uma aluna de escola particular falando da saudade que ela e sua turma estão sentido de mim, e a única razão é a mesma que me moveu hoje, eu me importo!</p><p style="text-align: justify;">SER professor é se importar com seus alunos, muito mais do que com sua profissão ou disciplina. É conectar o fazer ao ser. É entender que ali tem uma história, uma alma que precisa ser efetivamente ouvida e acolhida. </p><p style="text-align: justify;">Agora vou almoçar correndo, pegar minha filha, e logo depois continuar dando aula, hoje ainda há três aulas pela frente!</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">13h41 do dia 30 de setembro de 2021</p><p style="text-align: justify;">Ivo Fernandes</p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-91461973254311876982020-12-24T11:28:00.003-08:002020-12-24T11:28:44.952-08:00O Natal de 2020<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-5bKOhCISe0E/X-Tru1d0WDI/AAAAAAABrAg/qdvHzSl11DYXTCDPuJ16UtUECZ4Z8i8OQCLcBGAsYHQ/s626/feliz-natal-e-feliz-ano-novo-2020-modelo-de-banner_38901-740.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="626" data-original-width="626" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-5bKOhCISe0E/X-Tru1d0WDI/AAAAAAABrAg/qdvHzSl11DYXTCDPuJ16UtUECZ4Z8i8OQCLcBGAsYHQ/s320/feliz-natal-e-feliz-ano-novo-2020-modelo-de-banner_38901-740.jpg" /></a></div><br /><p><br /></p><p>Basta um procurar em meus textos pela palavra Natal que logo descobrirão que amo essa data. Consigo dar sentido a tudo que envolve essa celebração, mas nesse ano todos fomos desafiados a dar um novo sentido a esse momento, visto estarmos cercados de tantos acontecimentos difíceis e sentimentos confusos.</p><p>A pandemia mexeu com nossa relação com o tempo, estamos chegando ao fim do ano, mas nossa mente não parece ainda ter processado esse acontecimento. O ano de 2020 ficará, na história de cada um de nós, como o ano em que fomos obrigados a pararmos, a nos isolarmos e a dependermos cada vez mais daqueles que estavam mais próximos. Porém, nem todos conseguiram retirar lições desse tempo, e então chegou o Natal.</p><p>O que o Natal de 2020 tem em comum com o primeiro Natal, aquele em o menino Jesus nasceu? O mundo em que Jesus nasceu não era tão diferente assim do nosso, havia muita corrupção, desigualdade social, doenças, entre outras desgraças. Maria e José, pais de Jesus, eram pobres sujeitos aos caprichos de um mundo injusto. Um mundo que não acolhe as pessoas da mesma maneira, mas sabe o que essa família tinha? Eles tinham um ao outro. </p><p>O Natal de 2020 nos revela quem temos ao nosso lado, quem passou conosco esse tempo confuso, quem cuidou de nós, quem se importou e quem se mostrou incapaz de nos abandonar. Independente da situação, José e Maria estavam juntos. </p><p>Nesse Natal preste um pouco mais de atenção, existe gente muito perto de você e talvez você ainda não valorizou o suficiente. Talvez se observar melhor e perceber o amor que te cerca vencerá essa solidão que se instalou em seu coração, talvez vencerá a ansiedade ao perceber que você tem com quem pode contar. </p><p>E não são só familiares, Jesus nasceu acolhido pela natureza e visitado por pastores. O Natal revela que ainda estamos no mundo cercado por uma natureza que vale a pena ser percebida e experimentada em todo seu esplendor, desde o ar que toca nosso rosto aos pássaros que cantam em nossas janelas, ao mar diante de nós, a chuva que molha nossas plantinhas. E sempre tem gente boa no mundo. </p><p>Que nesse Natal a gente saiba prestigiar os simples que nos cercam em vez de estarmos mendigando atenção dos grandes. O Natal é símbolo do valor das coisas pequenas, das companhias constantes, da natureza em volta e do olhar generoso de gente boa.</p><p>Aproveite o Natal! Celebre o Natal! Viva o Natal! Experimente o Natal! </p><p>Ivo Fernandes</p><p>24 de dezembro de 2020</p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-45640275446818252832020-10-05T07:41:00.000-07:002020-10-05T07:41:14.722-07:00 O amor é como um sono<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-lmLcqdI-4ZU/X3sv4ZE7k-I/AAAAAAABqrE/MwdJgLNgXhgq3UYkYwMM4ulmiD4h2K2agCLcBGAsYHQ/s480/181116_10151375558677145_1652736691_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="359" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-lmLcqdI-4ZU/X3sv4ZE7k-I/AAAAAAABqrE/MwdJgLNgXhgq3UYkYwMM4ulmiD4h2K2agCLcBGAsYHQ/s320/181116_10151375558677145_1652736691_n.jpg" /></a></div><p></p><br />
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O amor é um mistério, é como as archés dos antigos gregos,
cada um encontrou uma explicação que cabia em sua experiência. De tanto
falarmos do amor, aprendemos a dividi-lo em categorias para buscar entendê-lo.
Falamos de amor romântico, materno, fraterno, divino. Encontramos palavras para
designar cada tipo de amor. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Platão, por meio do personagem Sócrates, foi quem nos trouxe
a ideia do amor como busca do que falta. E o que nos falta? Eis a questão!
Sobre a falta se debruçou Freud e todos os demais psicanalistas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O amor nos poetas vai da graça ao sofrimento, da alegria ao
lamento, da felicidade ao sofrer. E afinal o que é o amor?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O amor é como um sono do qual somos obrigados a acordar, mas
ao qual estamos fadados a ele retornar para que possamos nos manter acordados.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Quem busca ter o amor o tempo todo não o suportará. Quem
busca dele se livrar não conseguirá. O amor, seja lá de que tipo for, é a
condição fundamental da existência, é a força que nos move. E todo movimento
carrega a força dos opostos, por isso no amor está a falta e o encontro, o
prazer e o desprazer, a alegria e a tristeza, o ser e o não ser. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Amar é se permitir viver com tudo que é próprio da
existência. Se buscas apenas uma parte, se negas alguma coisa, então não sabe
amar e nem amarás com potencialidade. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Quem sabe amar faz da falta energia para celebrar os
encontros. Quem não sabe amar faz do mesmo poder que tira a beleza do momento,
colocando-se sempre diante da ausência e dela reclamando.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ame e isso basta!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></p>Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-25739833102983901562020-07-21T19:44:00.001-07:002020-07-21T19:44:06.446-07:00Clínica de Psicanálise<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-_XrGu7EV8K8/XxenvBxpTjI/AAAAAAABqY8/LuNlTxVVuTsUYYvaIch3iUmnq_aooK9oQCLcBGAsYHQ/s1600/Placa%2B-%2BSala.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1366" height="179" src="https://1.bp.blogspot.com/-_XrGu7EV8K8/XxenvBxpTjI/AAAAAAABqY8/LuNlTxVVuTsUYYvaIch3iUmnq_aooK9oQCLcBGAsYHQ/s320/Placa%2B-%2BSala.png" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Minha clínica é pautada na perspectiva freudiana-winnicottiana, em que a psicanálise não é para todos, e nem para todos os momentos, e sim para quem necessita, deseja e pode suportá-la. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com isso não estou rejeitando os que não são para a psicanálise, pois não sou tão ortodoxo assim. Algumas vezes trabalho de uma outra forma, até mesmo para tornar o trabalho analítico possível, sem que isso me desloque do meu ofício e sem que isso faça com que eu deixe de ser psicanalista.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, todas as vezes que me procurar, irá encontrar um analista dedicado ao seu caso, que procurará entender como você se sente, estabelecendo uma relação de confiança pautada na responsabilidade profissional, e tolerando toda produção transferencial, ciente de que, por meio desse processo, é que posso ajudar você a lidar com todo o seu sofrimento na busca do seu bem-estar e desenvolver o fortalecimento da sua consciência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se considerar que posso ajudá-lo ou ajudá-la, entre em contato para marcarmos sua entrevista e subsequentes sessões!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
#psicanálise #clínicapsicanalítica #freud #winnicott #settingpsicanálitico #façaanálise #façaterapia #psicanalista #análise #divã #consciência</div>
</div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-1453417377695758042020-07-01T10:09:00.001-07:002020-07-01T10:09:32.286-07:00Repensando o autoconhecimento<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Nor2xdgpNeE/XvzDQAk3PHI/AAAAAAABqHs/L_TEiKIkpmcMnKSlsOjIobPfBvIKwha3QCLcBGAsYHQ/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="162" data-original-width="311" src="https://1.bp.blogspot.com/-Nor2xdgpNeE/XvzDQAk3PHI/AAAAAAABqHs/L_TEiKIkpmcMnKSlsOjIobPfBvIKwha3QCLcBGAsYHQ/s1600/download.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Autoconhecimento é uma palavra popular, está na
moda. Todos parecem interessados nela. Buscam o autoconhecimento por todos os
lugares, dos quiz na internet até o horóscopo de jornal. As empresas, marcas,
propagandas, igrejas, clubes, rodas, todos se apropriam dessa palavra. E isso
poderia ser muito bom, se de fato fosse simples assim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Muito do que a gente vê por aí são estratégias de
venda disfarçadas de psicologia. Essa é realmente a geração onde tudo virou um
objeto de consumo. Tudo se pode comprar ou instagramear. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A palavra autoconhecimento é simples de entender,
trata-se do conhecimento que o próprio sujeito adquire de si. O que não é
simples é como isso se dá. E se isso é realmente possível.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O que eu descobri nesses anos de terapia, tanto
como analisando como analista, é que o autoconhecimento não se dá
automaticamente, como resultado do tempo por exemplo. Aliás, idade não é
garantia de sabedoria. Outra coisa é que, apesar de ser um conhecimento que eu
desenvolvo sobre mim, não é feito por mim apenas. Ou seja, qualquer um que
ignora o outro, no processo de se conhecer, engana-se e se afasta cada vez mais
do autoconhecimento. Somos atravessados por diversos olhares, somos formados
pela palavra do outro, então para nos conhecermos é preciso estarmos atentos a
esses olhares e essas palavras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Considerando a importância do outro, e ao mesmo
tempo a dificuldade de lidar com ele, a ajuda de um profissional pode ser
essencial. Ele é o outro qualificado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Autoconhecimento sem conhecimento do que nos cerca
é brincadeira de criança. Ninguém se conhece se não conhece as forças que
operam no processo formativo humano. Faz-se necessário conhecer como funciona a
mente humana e como se dão seus processos de desenvolvimento. Também é preciso
saber da relação entre meio e sujeito. Entender as teias da dimensão social que
formaram a sociedade em que nasce e se vive, e como isso determinou ou
determina o sujeito, isto é, a mim. Ou seja, autoconhecimento é o mais completo
conhecimento que alguém pode ter. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Talvez a palavra autoconhecimento não seja tão
feliz para descrever o que buscamos. E o que realmente buscamos quando nos
empreendemos em conhecer-nos? No final, o que todos buscam é a felicidade,
aquele estado de integração, de completude, de paz. Se isso é possível, talvez
não em sua forma absoluta, mas com certeza é possível ser mais feliz, isso
dependerá do conhecimento do Eu e do Não-eu. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Como psicanalista, afirmo que não temos
conhecimento das razões dos nossos atos, somos dirigidos por forças
inconscientes, no entanto isso não deve nos desestimular na busca por
autoconhecimento, ao contrário, saber disso aumenta a nossa responsabilidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Eu confesso que, desde a minha infância, busco
isso. Tento responder à pergunta "quem sou?" desde meus primeiros
escritos. E o que descobri ainda foi muito pouco, porém já me fez um enorme bem
essa descoberta, ou talvez essa invenção. Sim! Talvez conhecer-se seja
inventar-se! Mas o dilema permanece, afinal inventar a si requer, a fim de não
se produzir monstros, uma boa dose de autoconhecimento, ou de como 'eu cheguei
até aqui', até o ponto de 'me inventar'. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A viagem é inevitável, e navegar é preciso!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "Source Sans Pro",sans-serif; font-size: 13.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">30 de junho de 2020</span><o:p></o:p></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-35637929796405464372020-05-15T09:15:00.002-07:002020-05-15T09:15:47.005-07:00Infidelidade sexual<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-IPnKreLACb0/Xr7AH_keYlI/AAAAAAABpZ4/u6p4HTCMWs0ekVIEJ6MXv4lQqTXwvL_eACLcBGAsYHQ/s1600/24891039.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="469" data-original-width="499" height="300" src="https://1.bp.blogspot.com/-IPnKreLACb0/Xr7AH_keYlI/AAAAAAABpZ4/u6p4HTCMWs0ekVIEJ6MXv4lQqTXwvL_eACLcBGAsYHQ/s320/24891039.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt;">O tema infidelidade sexual
está sempre presente nas mesas de café, nos bares e, especialmente, nas
clínicas psicanalíticas. É tema em novelas, filmes, séries, na literatura, na
música. Mas, apesar disso, o que percebo é que o assunto não é tratado pelas
pessoas, em geral, da maneira honesta com a qual deveria ser tratado. E por
quê?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A resposta tem a ver com a
carga moral de que nossa cultura ainda é impregnada. Fomos treinados a enxergar
vários comportamentos sexuais como algo maligno. Até hoje vários grupos
religiosos ensinam aos seus jovens a adotar a castidade e, ainda, põem o sexo
em um lugar obscuro. Muitas pessoas são contra a educação sexual nas escolas,
enfim, quando o assunto - a infidelidade sexual - se manifesta de forma
prática, o que ocorre como consequência é a mentira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Dessa forma, quando o
assunto é infidelidade sexual, precisamos entender que a abordagem do tema
dependerá de vários fatores, além dos citados acima. As culturas lidam de
maneiras diferentes com o que chamados de casamento, de sexo, de relacionamento
entre pares. Então, para falarmos do tema, é preciso antes situarmos os
agentes, em que cultura estão, que ideologias os movem, quais as condições
econômicas dos envolvidos, entre outros fatores. Assim, só é possível falarmos
de traição ou de infidelidade dentro de um campo conceitual próprio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Em geral, ainda se admite o
seguinte modelo: duas pessoas que se relacionam, a menos que tenham
estabelecido um relacionamento aberto, devem fidelidade sexual ao parceiro, que
significa na prática exclusividade sexual. Mas aí entram os números, é
crescente a quantidade de pessoas, homens e mulheres que não mantêm essa
fidelidade. Por quê? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">As verdades por trás das
traições são mais complexas do que podem parecer. Qualquer julgamento de um
caso, sem um olhar mais amplo, sem dúvida, será precipitado, e ignorar isso é
simplificar o comportamento humano a uma mera questão de querer e não querer,
no entanto o que todas as evidências clínicas mostram é que isso é uma falácia.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O que encontramos? Uma rede
complexa de motivações que vão desde carências afetivas até dependência sexual.
Porém existem questões que nunca entram na discussão, mas que são importantes.
Por exemplo, certos perfis psicológicos são mais propensos a essa atitude, e eu
sei que isso é polêmico. Além do mais, todos já devem ter ouvido a expressão
“trair e coçar é só começar”, pesquisas mostram que pessoas que, por alguma
razão, tiveram uma relação extraconjugal tendem a repetir o ato. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quando o assunto é infidelidade
feminina, aí é que o assunto é envolto em tabus. Segundo algumas pesquisas,
entre as motivações das traições femininas estão a falta de intimidade sexual,
o cansaço dentro da relação e a falta de interesse no parceiro atual, porém é
crescente o número de casos em que a razão é o mais simples e puro desejo
sexual. E o que essa última informação nos mostra? Que a carga moral que antes
a mulher carregava tem perdido sua força e ocorre certo nivelamento com os
homens, de modo que se tem percebido que ambos traem com frequência semelhante.
Porém, nos discursos de bares, entre amigos, ainda se insiste em não admitir o
simples desejo, e aí tem tudo a ver com que falei no início desse texto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Um dos elementos comuns e
que pode nos fazer pensar sobre causas é a falta de comunicação entre os
casais. Há pouca conversa sobre interesses sexuais, fetiches, desejos, e isso
já em razão de o outro considerar que não será compreendido. Nesse sentido, a
força moral empurra justamente para o oposto aquilo que se pretendia, em
princípio, melhorar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Muitas pessoas que procuram
a clínica, por causa desse tema, iniciam falando da impossibilidade disso e
acabam confessando atos contrários, e isso muitas vezes em volta de muita
culpa. A culpa não impede a repetição do ato, a moral tem se mostrado
insuficiente para impedir, o ciúme não controla. O que fazer? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Primeiro, e acima de tudo,
buscar se conhecer. O autoconhecimento é ainda a arma mais poderosa para lidar
com nossos desejos, instintos e nossas vontades. Depois, estabelecer diálogo.
Como traição significa coisas diferentes para pessoas diferentes, é necessário
um lugar comum na compreensão do casal do que cada um pode oferecer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu sei, essa é a parte
difícil, talvez se torne difícil porque precisamos rever conceitos que estão
instalados em nós como verdades absolutas. Uma conversa honesta no começo das
relações pode ser o segredo do sucesso futuro para ambos os envolvidos. Sem um
diálogo franco e honesto, em geral, iremos construir uma relação adoecida, na
qual a traição se estenderá a tantos comportamentos que será impossível manter
a boa qualidade de qualquer relação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Busquem ajuda para
compreender esse tema sobre um enfoque mais qualificado. Quando entendemos que
o tema não se resume apenas a aspectos morais ou sociais, fica mais fácil lidar
com eles. O fato é que nenhuma cultura domina plenamente o pulsional, mesmo que
seja essa sua razão de existir. Outro, muito dos atos chamados de infidelidade
estão ligados a vivências edípicas infantis e até a traços pré-edípicos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Outra verdade absoluta que
precisa ser revista é a ideia do amor romântico que completa o indivíduo. A
clínica nos mostra que nós temos uma necessidade nunca satisfeita pela
realidade. Em alguns casos, isso fica mais evidente do que em outros. Desse
modo, uma das consequências de não lidar bem com isso é a infidelidade. Ela
também nos mostra a relação da infidelidade com a hostilidade edipiana e as
feridas narcísicas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Para além do simples
discurso moral, a traição pode estar associada a vários medos ignorados dos
sujeitos, mas a própria fidelidade em vez de ser mera questão de escolha ou de
respeito pelo parceiro pode estar associada a medos do sujeito. Ora, o que
estou dizendo é que determinar uma pessoa pelo ato da traição ou da fidelidade,
desconsiderando a complexidade que é um sujeito, é apenas ingenuidade e
ignorância. A fidelidade possível é aquela que começa não exigindo do parceiro
ou parceira ser mais do que se pode ser. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Fidelidade plena é utopia,
mas é possível com maturidade construir uma relação sem terceiros, se esse for
o interesse e a disposição dos envolvidos, e isso como fruto de paciência, de
criatividade e de trocas legítimas. Nessa seara, existem milhares de modelos,
nenhum mais certo que o outro. Existem casais em que o terceiro destrói a relação,
e há outros em que o terceiro salva a relação. Casais que se abrem para
experiências que, em uma outra relação, colocariam tudo a perder. Há quem lide
bem com o segredo, há outros que preferem as confissões. São tantos modelos e
casos que não daria para listar. Somos seres de pulsões que não se submetem
totalmente à razão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Inventamos a civilização e
nela tentamos controlar nossos impulsos, entre eles os sexuais. Porém nosso
corpo não é regido pela moral, cultura ou civilização, nossos desejos são cegos
e sem direção, nossos objetos são escolhidos dentro de um limite cultural, e
isso é bem tenso. Quando tudo dá certo, na nossa passagem pela viagem da nossa
formação psíquica, lidamos melhor com nossos desejos, mas mesmo assim não somos
super-heróis ou heroínas. Alguns, considerando a normalidade dos desejos e a
construção social, criam para si novas regras morais e encontram parceiros que
comunguem da mesma ideia, vivem melhor, mas mesmo assim não estão a salvo de
outros tipos de traições. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O que sei é que cada um
precisa ser honesto consigo mesmo antes de tudo, precisa ter coragem de
enfrentar seus medos e de ir ao encontro da própria alma. Depois, em tendo
alguém com quem possa construir uma relação saudável, madura e adulta, que faça
isso sob a luz do bom-senso e da coerência, não exigindo o que não exige nem a
si mesmo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No mais, façam análise! <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ivo Fernandes <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">14 de maio de 2020<o:p></o:p></span></b></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-19041230385498046902020-05-05T18:10:00.000-07:002020-05-05T18:10:15.373-07:00O filósofo psicanalista<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-5781tS92BD0/XrIOS32sy1I/AAAAAAABpS0/5y_rdnLwXygVknwaexyfv7GCsLEA6eLwQCLcBGAsYHQ/s1600/psicologia-psiquiatria-3-600x264.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="264" data-original-width="600" height="140" src="https://1.bp.blogspot.com/-5781tS92BD0/XrIOS32sy1I/AAAAAAABpS0/5y_rdnLwXygVknwaexyfv7GCsLEA6eLwQCLcBGAsYHQ/s320/psicologia-psiquiatria-3-600x264.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt;">Todas as vezes que sou
convidado para dar uma palestra me pedem um currículo. Como eles devem me
apresentar? Confesso, esse é um momento sempre tenso. Afinal, essa informação
envolve muitas questões. O que um título diz a meu respeito? O que um título,
aliás, diz do próprio título? Se eu tivesse que transformar em títulos minha
vida e experiências não caberiam em uma peça publicitária. Assim, quase sempre
mudo a forma como me apresento, pois, talvez, essa mudança fale mais de mim do
que o congelamento de um título. Mas considerando justamente essa
característica, o título mais apropriado seria o filósofo psicanalista.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ser filósofo e psicanalista
é justamente não ser um É, mas um sendo. É um lugar mais de perguntas que
respostas, de busca do que de encontro. O que vem a ser um filósofo? O que vem
a ser um psicanalista?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quando faço uma
retrospectiva da minha vida, sei exatamente porque sou um filósofo
psicanalista. Enquanto filósofo sou aquele que possui uma questão, uma busca,
uma sede de saber, um apreço pela verdade, uma inquietação, e a ousadia de
duvidar de tudo, especialmente de mim. Enquanto psicanalista, não sou médico,
nem sacerdote, nem professor, nem conselheiro. Não tenho a resposta, nem sei de
tudo. Então o que sou? Sou aquele que se permitiu ir ao encontro de suas
próprias fantasias e que desse lugar de experiência fala a outros que desejam a
mesma coisa. Ser psicanalista é ter alcançando um estado de independência de
julgamento e coragem intelectual, e isso não é possível com a aquisição de um
título formal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Para mim, o filósofo e o
psicanalista se encontram no amor à verdade e na busca paciente por ela. Não é
uma questão de estar pronto, acabado, mas justamente de perceber-se incompleto.
Quem não sabe da falta, de sua própria falta, não pode ser um psicanalista,
muito menos um filósofo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Esse é o paradoxo de quem
ama a verdade. Não se cansa de buscá-la mesmo que saiba que jamais a
encontrará. Ser filósofo é buscar a verdade sem jamais dela se achar senhor.
Ser psicanalista é buscar a verdade convivendo com a impossibilidade de
alcançá-la.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Sou filósofo, sou
psicanalista, e sou sendo, pois vou me constituindo a cada novo passo,
estudando, aprendendo, raciocinando e, tantas vezes, racionalizando, mas acima
de tudo me questionando. Na busca da verdade, nada descarto, nem mesmo a
mentira. Aliás, quem comigo anda já ouviu eu dizer – não existe mentira. Tudo é
verdade sobre nós. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Sou filósofo psicanalista
porque me interesso por tudo. Como psicanalista, faço das sessões um campo
infinito de descobertas. Emoções, imagens, discursos, o que vem do outro e o
que de mim está em jogo. E o alvo é que daquele ambiente analítico saiam duas
pessoas capazes de conviver consigo mesmas, que se admitam limitadas,
insatisfeitas, mas que continuem lutando para viver bem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Foi na minha análise e é na
minha clínica que me tornei e me torno um psicanalista. E ser psicanalista é
ser arquiteto de uma obra que nunca termina. É ser um navegante, que sabe que
navegar é preciso, navegar por oceanos e enfrentar as tormentas das noites
escuras. Um psicanalista que não esteja pronto para negar o que sabe é como um
filósofo que não está pronto para pensar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Sou filósofo psicanalista
porque amo a vida exatamente como ela se apresenta. Reconheço a contradição que
sou. Em mim habitam mundos! E estou sempre aberto para as surpresas que o
encontro desses mundos provocam. Como psicanalista aprendi a ter coragem de ser
eu, ou foi o contrário?! Como poder ser psicanalista aquele que não tem coragem
de ser o que é? De todas as curas possíveis, a cura da vergonha de si é o maior
presente que nos oferece o processo analítico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Como filósofo afirmo a
existência do destino, como psicanalista afirmo a possibilidade de
ressignificar sua existência. Isso não é uma contradição, mas a mais profunda
libertação, pois mistura a certeza de nossa impossibilidade com a certeza de
nossa força. Eu posso ser o que quiser ser dentro dos limites de ser.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Sou um filósofo psicanalista
porque procuro investigar o desconhecido, o que vai além da realidade
sensorial, e também porque só se faz filosofia filosofando, e só se faz uma
analista em análise. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Voltando à questão dos
títulos, o que esse assumido diz sobre mim? De mim, sei e digo, busco a
verdade, especialmente no encontro com o outro. Como filósofo ouso saber. Como
psicanalista ouso ser eu, ou ainda ser os tantos eus que me habitam. Não sou
feito de títulos, mas de experiências e pensamentos. O que ofereço como
psicanalista é um caminho de vir-a-ser. É como um convite para viajarmos juntos
na direção do autoconhecimento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A viagem para si nem sempre
é prazerosa, aliás, quase sempre não é. Somos conduzidos pela civilização a não
gostar do que encontramos em nós e tentamos de todas as formas arrancar de nós
o que nos incomoda. A missão, portanto, é aprender a gostar de si na medida em
que se encontra um monte de coisa de que não se gosta, para que no fim se saiba
ser sem se ofender com o que se é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">5 de maio de 2020</span><o:p></o:p></b></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-38654719127779353812020-04-25T15:36:00.000-07:002020-04-25T15:36:07.418-07:00A academia e o divã<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-_bj88gwzy4I/XqS7MIoeWCI/AAAAAAABpPs/A9AoUrOZdisGxiFs1MjkV4mYWhbqybtxgCLcBGAsYHQ/s1600/11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="761" data-original-width="900" height="270" src="https://1.bp.blogspot.com/-_bj88gwzy4I/XqS7MIoeWCI/AAAAAAABpPs/A9AoUrOZdisGxiFs1MjkV4mYWhbqybtxgCLcBGAsYHQ/s320/11.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">Vivemos em um tempo onde não podemos pensar
a saúde apenas por um olhar. Saúde é sempre saúde integral. Aliás, esse é o
conceito da OMS,</span><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Arial; mso-color-alt: windowtext;"> que define <b>saúde</b> como “um estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.
Sendo assim, ninguém deveria procurar apenas a academia, ou apenas o divã, mas
ambos. </span><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Arial; mso-color-alt: windowtext;">E por quê? Porque precisamos analisar nossa relação com a imagem, pois o
culto ao corpo perfeito é sintoma, e como todo sintoma esconde outros
elementos. Perceba, qualquer um pode desejar e buscar modelar o corpo, mas
quando esse desejo está associado a uma fragilidade emocional ou psíquica, o
que vemos são indivíduos que fazem </span><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">má utilização de suplementação alimentar,
o uso de esteroides anabólicos sem necessidade indicada, e um excesso de
exercícios físicos. </span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">Esse tipo de transtorno tem nome e classificação,
estamos falando da vigorexia, </span><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Arial; mso-color-alt: windowtext;">doença
psicológica caracterizada por uma insatisfação constante com o corpo levando-os
à prática exaustiva de exercícios físicos. Pode estar associada a uma distorção
da autoimagem e a um transtorno psicológico similar à anorexia.</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No manual da OMS a <i>Dismorfofobia
corporal</i> está classificado como um tipo de transtorno hipocondríaco
(CID-10 - F45.2) com a seguinte descrição:</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="border-collapse: collapse; mso-yfti-tbllook: 1184; width: 0px;">
<tbody>
<tr style="mso-yfti-firstrow: yes; mso-yfti-irow: 0; mso-yfti-lastrow: yes;">
<td style="padding: 7.5pt 7.5pt 7.5pt 7.5pt; width: 15.0pt;" valign="top" width="20">
<div class="MsoNormal" style="mso-line-height-alt: 7.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“<o:p></o:p></span></b></div>
</td>
<td style="padding: 3.0pt 7.5pt 3.0pt 7.5pt;" valign="top">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A característica
essencial deste transtorno é uma preocupação persistente com a presença
eventual de um ou de vários transtornos somáticos graves e progressivos. Os
pacientes manifestam queixas somáticas persistentes ou uma preocupação
duradoura com a sua aparência física. Sensações e sinais físicos normais ou
triviais são frequentemente interpretados pelo sujeito como anormais ou
perturbadores. A atenção do sujeito se concentra em geral em um ou dois
órgãos ou sistemas. Existem frequentemente depressão e ansiedade importantes,
e que podem justificar um diagnóstico suplementar.</span></i><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">Percebemos que atualmente existe uma
grande insatisfação com a imagem corporal, essa insatisfação pode ser um dos
fatores que levam a tentativas de solução que são conduzidas de maneira
exagerada. E aqui, entra o divã, na tentativa de ajudar as pessoas a entenderem
sobretudo seu desejo e aprender a bem lidar com ele. </span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">A vida é maior que o corpo, mas também é
o corpo. O imperativo, portanto, não deve ser do corpo perfeito, mas da saúde integral.
A psicanálise pode colocar suas ferramentas para trazer uma compreensão sobre o
desejo de todo sujeito. Uma boa equipe de saúde, não deve dispensar o
atendimento psicanalítico, que pode atuar desde o atendimento clínico individual,
bem como levar os profissionais de educação física a compreenderem melhor seus
clientes, e poderem conduzir melhor suas aulas e treinos.</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">O corpo deve revelar nossa identidade e
não servir de esconderijo para uma alma fragilizada. Assim qualquer um que deseje
realmente estar bem, não bastará se ver bem, e se sentir bem, é preciso de fato
viver bem. </span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">É preciso desenvolver conjuntamente músculos,
autoconhecimento, autoestima e satisfação consigo mesmo. É preciso vencer o narcisismo
patológico que implica na carência crônica de amor próprio e, não excesso, como
geralmente se pensa, e para isso precisaremos identificar como se deu o percurso
dos sujeitos na formação de suas subjetividades. É preciso uma escuta qualificada
daquele que busca uma mudança no seu corpo. Faz-se necessário então, unir a
academia e o divã, pois juntas podem contribuir para a saúde integral dos sujeitos.</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></b></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">Ivo Fernandes</span></b><b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">25 de abril de 2020</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<br /><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Algumas fonte de pesquisa:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><a href="https://www.efdeportes.com/efd114/transtornos-alimentares-em-atletas.htm"><span style="color: windowtext;">https://www.efdeportes.com/efd114/transtornos-alimentares-em-atletas.htm</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><a href="https://www.almg.gov.br/export/sites/default/acompanhe/eventos/hotsites/2016/encontro_internacional_saude/documentos/textos_referencia/00_palavra_dos_organizadores.pdf"><span style="color: windowtext;">https://www.almg.gov.br/export/sites/default/acompanhe/eventos/hotsites/2016/encontro_internacional_saude/documentos/textos_referencia/00_palavra_dos_organizadores.pdf</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><a href="http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942016000200003"><span style="color: windowtext;">http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942016000200003</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><a href="https://pebmed.com.br/cid10/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=search_cid&gclid=CjwKCAjwv4_1BRAhEiwAtMDLsv7FIrDC1u7jrRQj1h_z70E87JoJiOZD3ZDQhAcZqf3h0-7vfr0-oBoC1bMQAvD_BwE"><span style="color: windowtext;">https://pebmed.com.br/cid10/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=search_cid&gclid=CjwKCAjwv4_1BRAhEiwAtMDLsv7FIrDC1u7jrRQj1h_z70E87JoJiOZD3ZDQhAcZqf3h0-7vfr0-oBoC1bMQAvD_BwE</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">Freud, S. (2010). Introdução ao narcisismo. In S.
Freud, <i>Introdução ao narcisismo: ensaios de metapsicologia e outros
textos</i> (Paulo César, Trad.) (Vol. 12 pp.13-50). São Paulo: Companhia
das Letras. (Obra originalmente publicada em 1914).</span><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-33557895902985151682020-04-24T09:26:00.000-07:002020-04-24T09:26:11.244-07:00A hora de arrumar a casa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-HuTwQGHPGfs/XqMTBuq9xGI/AAAAAAABpPY/ylBMflYHCRMjQwcKMo0enf7U4X8NgcpKQCLcBGAsYHQ/s1600/shutterstock_515615587_blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="648" height="212" src="https://1.bp.blogspot.com/-HuTwQGHPGfs/XqMTBuq9xGI/AAAAAAABpPY/ylBMflYHCRMjQwcKMo0enf7U4X8NgcpKQCLcBGAsYHQ/s320/shutterstock_515615587_blog.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt;">Era uma segunda-feira,
naquela manhã meu corpo apresentava sinais leves de algo que ainda não carregava
o peso emocional que viria ter. De repente, por todo o mundo uma desgraça se
espalha, nada contém, só conseguimos diminuir tragédias, mas não as evitar. E
aí ela chega em nós!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Decretos governamentais,
junto do medo e da falta de informação suficiente nos tiram dos trabalhos, das
igrejas, das festas, e das famílias. Nos primeiros dias, apenas a informação,
depois a dúvida, aí o medo, e em certo momento percebemos que o toque faz
falta, que abraço é essencial, e pessoas como eu, pai que não mora com as
filhas, sente o peso da distância. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ansiedade aumenta, pânico se
espalha, e como tentativa de não sucumbir muitos negam a realidade de nossa
atual situação, somos todos vítimas do invisível, frágeis. Aí os números
aumentam, mas pessoas não são números, várias histórias interrompidas, e lutos
não estão podendo ser vivenciados. Essa é uma dor imensurável.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Semanas se passaram, para
mim 41 dias, e ainda sou um sortudo. Ninguém perto de mim está com quadro
grave, ninguém morreu. Minha mãe de 97 anos está protegida, minhas filhas também,
e tenho a alegria da companhia de um grande amor. Mas a vida não parou, o tempo
não se interrompeu, continuamos envelhecendo, o dinheiro está acabando, as
especulações aumentando, e não poderemos fugir do dia da decisão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Mas na verdade, cada dia que
nasce é um dia de decisão. E hoje é dia de arrumar a casa. Sim! A casa onde habito,
por que deixar a sujeira dominar? Por que fechar janelas e portas? Nossa casa é
reflexo de nossa alma, portanto, abram as janelas e deixem o vento circular,
deixe a luz entrar, limpem o chão e os móveis, aproveitem e joguem fora o sem significado
e o inútil. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Cuidemos também da
casa-corpo, por que adoecer com resultado de nossos atos? Eu não preciso ceder
ao descontrole. Eu posso comer bem, eu posso fazer exercícios, eu posso dançar,
alongar, respirar. Levantemo-nos da cama e vamos lembrar ao corpo toda a sua
potencialidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Vamos cuidar da casa-alma, não
há apenas notícias de morte, a vida ainda é a maior força. A esperança ainda
está viva e manifesta nos combatentes incansáveis de um novo tempo. Vamos resgatar
a poesia, vamos caetanear, djavanear. Deixemos nossos ouvidos acolherem a boa
música, e que possamos nos encher de fé, mas jamais de obscurantismo. E se não
dê sozinhos, peçamos ajuda!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Vamos cuidar de nossa
casa-relacional, a distância não acaba amores alimentados pelo carinho. Realinhem
seus afetos com as pessoas que vocês amam. Liguem, façam chamadas de vídeos, compartilhem
histórias, riam juntos, e se não puderem tocar, vão as janelas e digam o quanto
amam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Não podemos determinar todas
as coisas, mas podemos qualificar nossa vida na medida que qualificamos nossos
pensamentos. São nossos pensamentos que produzem nossas ações, e nossa ações
podem nos destruir, então que disciplinemos nossos pensamentos para o bem, pois
a vida vale a pena. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Tenhamos calma, o que
pudermos fazer façamos, e o que não puder sejamos serenos. Não adianta lutar
contra o inevitável, mas é preciso lutar pelo que depende de nós. Que tenhamos
sabedoria para agir e aceitar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quando eu era pequeno minha
mãe sempre me dizia quando eu sofria um acidente, calma meu filho, vai passar. Pois
bem, se cheguei até aqui foi porque passou. Então, respirem fundo, vai passar! E
se precisarem, estarei aqui para caminhar com vocês!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">24 de abril de 2020 (41° dia
de confinamento)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-75477105172906104162020-03-26T14:42:00.002-07:002020-03-26T14:42:57.993-07:00O poço<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-1f_npIUkLGY/Xn0hxNpNafI/AAAAAAABpD4/ILolEUA8HFcreYwTHSShGiMAXLd-qEumQCLcBGAsYHQ/s1600/banquete.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="295" data-original-width="696" height="135" src="https://1.bp.blogspot.com/-1f_npIUkLGY/Xn0hxNpNafI/AAAAAAABpD4/ILolEUA8HFcreYwTHSShGiMAXLd-qEumQCLcBGAsYHQ/s320/banquete.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 107%;">Assisti duas vezes ao filme –
o poço - </span><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">Um filme de Galder Gaztelu-Urrutia com Ivan Massagué, Zorion
Eguileor, Antonia San Juan, Algis Arlauskas, exibido pela Netflix</span>. Trata-se
de um filme sobre nós, sobre nosso modelo de sociedade, e está cheio de símbolos
para nos fazer repensar nossa atual forma de vida.<span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">A gente vive um modelo e
não se importa mais em questionar, ou procurar saber como chegamos nessa
lógica. Por que nos dividimos em classes sociais? E por que nenhuma classe se
importa com a outra? Nossa loucura é apenas em subir de classe, sem notarmos os
milhares estão caindo rumo a morte. </span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">Damos tanto valor a
coisas supérfluas, compramos tudo que nos convenceram que era importante ter,
mas que na verdade não serve para nada. Nos perdemos nos detalhes desse jogo,
quando a única coisa que no fim importa é o que vamos comer. Isso é óbvio.</span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">Criamos um sistema para sobrevivermos,
mas agora vivemos para manter o sistema, sem notar que ele mais nos mata do que
nos mantém. Os que tem sempre querem mais, aumentado a distância entre as
classes e as pessoas. Eis a desgraça de nossa desigualdade social. Por que fazemos
isso?</span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">O sistema tornou-se
nosso diabo, pois ele não permite que o destruamos. Quem não se adepta será
taxado como louco e afastado do meio. Mas quem se adequar receberá seu certificado
homologado. Para que raios serve um certificado homologado?</span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">Estamos tão cegos que nem
sabemos até o onde vai a desgraça de todo esse mal. Mas já sabemos que a
violência já chegou as nossas portas. E de quem é a culpa? Será apenas de cada
um, em sua individualidade? Será que o sistema não é perverso, nos impedindo o
bom-senso? </span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">Sei que muitos acreditam
na meritocracia e que tudo depende apenas do querer, esses ignoram que a fome
desata a loucura, e que com o tempo até as melhores amizades se desfazem nesse
jogo perverso de interesses e sobrevivência. Não somos todos nós responsáveis
por tudo que nos ocorre?</span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">O fato é que a gente
acaba se distraindo com nossos prazeres e esquecemos o resto, até que sejamos
empurrados para outras realidades. Nessa hora caímos em si e entendemos que o
sistema nos engana sempre. Aí, nessa hora temos algumas opções, torcer para
ficarmos em níveis intermediários, garantindo a própria vida, ou procurar usar
da nossa liberdade para promover a mudança, em vez de desesperar e por fim a si
mesmo. A mudança não virá naturalmente, precisaremos fazê-la acontecer. </span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">Eu sei que não é fácil! Nossa
mente se enche de dúvida. E no meio da dúvida acabamos cedendo a projetos
extremos que em nada substancialmente muda o cenário, mas apenas os grupos que
estão em cima. Precisamos aprender alguma coisa com os sábios, é preciso ação e
conhecimento, mas o mais importante não é um projeto econômico, mas um projeto
existencial.</span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">Precisamos deixar a
mensagem se encarnar na gente, a ponto de viramos a própria mensagem. Precisamos
acreditar no dom da vida e entender que ela é um direito de todos, e somente
garantindo a vida do outro que a minha será garantida. </span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">Se a mensagem se
encarnar em nossos atos, ela será maior que nós, pois se morremos no caminho,
outros encarnarão a mesma mensagem que viram e leram em nós, e a mensagem
prosseguirá.</span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">E um dia ela conseguirá
ser a mensagem em todos. Nesse dia não haverá mais fome, portanto não haverá
mais loucura e aprenderemos a gozar da vida!</span><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 11.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 11.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Estou sendo ingênuo? Talvez seja minha síndrome de
Dom Quixote, me fazendo buscar a justiça e a beleza, mas eu espero que eu não
acabe como esse personagem, cedendo a dureza da realidade, mas que nela eu
plante sempre a mensagem da superação da morte, assim como fez outro sonhador,
Jesus Cristo, que me ensinou que a mensagem é dar a vida pelos outros. Mas,
isso só servirá de fato, quando todos encarnarem a mensagem, pois nesse dia
justamente porque todos são capazes de dar a vida pelo outro que ninguém
precisará morrer.</span></div>
<div style="margin-bottom: 11.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Isso não é comunismo, isso é comunhão que vence
qualquer sistema econômico e social e estabelece a paz.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 11.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">26 de março de 2020</span></b><b><span style="background: white; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><span style="background: white; color: black; line-height: 107%;">(11° de confinamento) </span></b><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-46414998640435149602020-03-24T09:35:00.000-07:002020-03-24T09:35:04.911-07:00Juntos no fim do mundo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-WJWzm-RjORo/Xno2nspXZmI/AAAAAAABo6Y/X66bMnSeoNs8OaFAWV_HVcewCeYUBuwnQCLcBGAsYHQ/s1600/fim_dos_tempos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="473" data-original-width="514" height="294" src="https://1.bp.blogspot.com/-WJWzm-RjORo/Xno2nspXZmI/AAAAAAABo6Y/X66bMnSeoNs8OaFAWV_HVcewCeYUBuwnQCLcBGAsYHQ/s320/fim_dos_tempos.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Comecei a usar a expressão
#juntosnofimdomundo, primeiro com meus familiares e depois com meus amigos, em
nossos grupos virtuais, mas não como uma brincadeira, apesar de brincarmos sempre,
mas como uma sentença, não necessariamente apocalíptica, mas existencial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Sim, tudo que está
acontecendo no mundo inteiro está servindo, pelo para alguns, para entenderem
que o mundo como nós conhecemos e o qual reproduzimos não é mais possível. É preciso
chegar ao fim de um tempo para que outro se inicie. E à medida que os dias
passam todos ficamos sabendo que o mundo acabou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">E o mundo já acabou outras
vezes, e novos tempos já surgiram. Qualquer um que se aventurar pela leitura da
história verá. Um mundo leva muito tempo para acabar, alguns duraram milênios,
mas o fato é que todos os mundos acabam um dia. E alguma geração será a que
viverá os tempos do fim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nós somos a geração que está
vivendo algo singular, pelo menos nos últimos 100 anos. É claro que muitas doenças
já nos afetaram nesse tempo, e até bem mais letais que essa, mas nenhuma delas
pôs início ao fim do mundo. Deu de ser uma bem mais simples a nos ensinar que nós
somos frágeis. Nesse exato momento mais de 15.000 mortes já foram registradas,
fora os milhares que não passaram por esse registro. Mas, nós somos também uma
espécie muito forte, e nossa força nunca esteve em nossos músculos, ou somente
na nossa capacidade racional, nossa força sempre foi a nossa capacidade de
trabalharmos juntos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No primeiro texto da
quarentena, falei que solidariedade nos salvará, e agora é a condição expressa
no termo - juntos - que mudará a nossa realidade de fim de mundo. No meu nono
dia de confinamento aprendi tantas coisas, e senti tantas outras. E o que já
era importante passou agora ser a única coisa importante. Só temos uns aos
outros, é isso que importa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Não é o estado, a economia,
a religião, ou qualquer outra instância social que importa, o que realmente importa
é ficarmos juntos, todos. E que essas instâncias sejam usadas para o bem comum
e não para aprofundar nosso afastamento. O individualismo é a marca desse mundo
que está terminando. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O novo mundo precisa começar
com o #juntos. Essa é a única maneira do que virá ser melhor do que está indo.
Eu quero a cada dia do novo mundo jamais esquecer o #juntos. Se for me dada a oportunidade
de viver no novo mundo, eu vou semear mais abraços, mais beijos, mais amor,
mais unidade, mais coletividade, mais respeito, e lutar contra tudo o que favorecer
o benefício apenas de alguns. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Utopia demais? Talvez, mas
sou poeta e filho de profetas, nasci para viver de sonhos e por eles lutar.
Estou junto de quem amo, com uma podendo trocar abraços, e com os outros,
podendo todo dia, mediado pela tela de um celular, dizer o quanto são importantes
para mim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Que venha o novo mundo, e
que a gente saiba torná-lo melhor do que este que está acabando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">24 de março de 2020 ( 9° dia
de confinamento) <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></b></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-12869675842565236552020-03-22T10:20:00.000-07:002020-03-22T10:20:18.016-07:00A solidariedade nos salvará<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-oyu7O44Fl5w/XneeJ3HCoFI/AAAAAAABo5o/TWP8EuDvWiAYDWYpWNv6k2LzCNzxnAapACLcBGAsYHQ/s1600/blog-comunicado-iiesau-corona-virus-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="1600" height="120" src="https://1.bp.blogspot.com/-oyu7O44Fl5w/XneeJ3HCoFI/AAAAAAABo5o/TWP8EuDvWiAYDWYpWNv6k2LzCNzxnAapACLcBGAsYHQ/s320/blog-comunicado-iiesau-corona-virus-1.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Estamos
vivendo o maior desafio dos nossos tempos. A pandemia causada pelo coronavírus
(covid-19) mostrou a fragilidade de nossos sistemas econômicos, políticos,
governamentais. As pessoas de bom senso já perceberam que atrelado a tudo que
está acontecendo, está nosso atual modelo de vida, que não se cansa de consumir
e correr atrás do vento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
que virá depois de tudo isso? Não sei! Não sou dos pessimistas, mas não sou tão
otimista como gostaria de ser. Não sei se aprenderemos alguma coisa de fato, se
mudaremos nossa lógica de consumo. Não sei se entenderemos que somos todos
filhos da mesma terra, que somos irmãos, e o que acontece com um afeta a todos
nós. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nesse
tempo de confinamento, estamos aprendendo o valor da liberdade de ir e vir, mas
acima de tudo o da liberdade de dá liberdade ao outro. Confinar-se por um
decreto é para os egoístas, confinar-se para o bem de todos é solidariedade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Todos
podemos fazer alguma coisa para o bem comum, e estamos vendo que não é tão difícil
assim, basta vencer o próprio egoísmo. Sinto-me parte do todo, sou americano, europeu,
asiático, africano, sou do mundo, do planeta terra. E todos, indistintamente,
são meus irmãos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A
diversidade passou a ser contemplada de outra forma, e vimos que somos iguais
em humanidade apesar de toda a nossa diferença cultural. Lutar pelo meu direito
a vida, é lutar pelo direito de todos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu não
sei muita coisa, mas uma eu tenho convicção, nós podemos transformar o mundo.
Se juntarmos igualdade, liberdade, diversidade, participação e acima de tudo
solidariedade teremos, enfim, um mundo novo. Será essa meta irrealizável?
Talvez. Mas ir na direção dela é a única opção para mim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI"; mso-color-alt: windowtext;">A solução deste problema mundial não está somente no Estado,
ou só na ciência. Esta é uma obra de cada homem, e de cada mulher. A força está
em nossa fraternidade universal. Chegou a hora de pôr fim ao individualismo
desse tempo presente. A solidariedade nos salvará</span>.<span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI"; mso-color-alt: windowtext;">O Estado precisa ser governado por gente solidária. A
economia precisa ser gerida por gente solidária. Nossas escolas, igrejas,
clubes precisam ser administrados por gente solidária. </span><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI"; mso-color-alt: windowtext;">Toda corrupção é fruto da falta de solidariedade. Eu espero
que cada pessoa entenda, de uma vez por todas, o valor de ser solidária. </span><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI"; mso-color-alt: windowtext;">Não existe limite para a solidariedade. Nenhum modelo nos
serve mais. Nenhum modelo que não entende a emergência de pensarmos um nos
outros, nos serve mais. </span><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI"; mso-color-alt: windowtext;">Minha utopia é que surja um novo tempo onde nenhuma pessoa
seja tratada em seus direitos fundamentais de maneira diferente. E que esse
tempo, surja pelo menos na minha consciência e meus atos. </span><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<b><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI"; mso-color-alt: windowtext;">Ivo Fernandes</span></b><b><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<b><span style="background: white; color: black; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI"; mso-color-alt: windowtext;">22 de março de 2020 (sétimo dia de confinamento)</span></b><b><span style="background: white; font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Segoe UI";"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-87573333849489682882019-12-23T08:37:00.001-08:002019-12-23T08:37:34.435-08:00Natal, a alegria dos povos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-mYpSvrKfOG8/XgDtN4-JuOI/AAAAAAABntA/PVETAKk-LhQBIiCu-W989aiSMsyoKph5QCLcBGAsYHQ/s1600/WhatsApp%2BImage%2B2019-12-21%2Bat%2B15.21.38.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://1.bp.blogspot.com/-mYpSvrKfOG8/XgDtN4-JuOI/AAAAAAABntA/PVETAKk-LhQBIiCu-W989aiSMsyoKph5QCLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2019-12-21%2Bat%2B15.21.38.jpeg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 12pt;">Chegou
mais um Natal! E como é bom a vida ser feita de ciclos, tempos, espaços, pois são
eles que permitem os recomeços, o novo, o avançar, o evoluir, o rever, arrepender-se
e seguir. E que bom que celebramos essa data tão perto do fim de ano. Podemos,
então, reunir todas as nossas energias para nos empenharmos em direção ao novo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Mas,
onde começa o novo? O novo não começa em uma data, por isso muita gente não
sente o que sinto no Natal. Há quem nem goste dessas datas, sentem tristeza,
melancolia, e coisas semelhantes, talvez, sejam pessoas que tem dificuldade de
lidar com o final das coisas, gente que olha apenas o que se perde e não o que
se ganha. O novo começa em nós, por isso mesmo havendo uma data para o Natal, o
verdadeiro só ocorre no coração daquele que acolheu a esperança. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Natal
é símbolo de nascimento. No meio das trevas brilhou uma luz. Sim! Natal é símbolo
da vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte, da salvação sobre o
pecado. É o anúncio que ninguém foi esquecido, de que mulheres são bem-aventuradas
não por serem mães, mas por não serem em nada inferior a ninguém. É anúncio aos
pobres pastores que mais do que riqueza, a boa vontade é a grande herança de um
homem. É símbolo de famílias que se unem em torno do mesmo propósito, de um
cuidar do outro, como José cuidou de Maria. É o fim de todas as divisões e separações
sociais. O Natal não é a festa cristã, é a celebração de todos os povos, pois a
estrela atraiu povos de todos os cantos, para ultrapassarem Jerusalém e irem na
direção do menino. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">O
menino Jesus não é propriedade de nenhuma religião, ele nasceu para todos! Anunciando
as boas novas de salvação. Todo homem que permitir que o menino nasça em seu
coração rompe com todas as forças da morte e se torna uma estrela brilhante no
mundo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Chegou
mais um Natal! E eu desejo que ele chegue para você também! Desejo que ele
nasça dentro do seu coração, iluminado todas as suas trevas, lhe trazendo paz e
esperança, e que assim, você possa superar os dias difíceis e gozar da beleza
da existência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Desejo
que você experimente a grandeza das coisas simples, desde o amanhecer com seus
sons, ao gosto do café e a cada encontro de seu dia. Desejo que essa luz cure
suas feridas e torne você um semeador de coisas boas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Feliz
Natal!<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">Ivo
Fernandes<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Verdana",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Arial;">23
de dezembro de 2019<o:p></o:p></span></b></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-43066546030465604402019-12-04T11:09:00.001-08:002019-12-05T09:11:22.634-08:00Felicidade é possível<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-VKntg5o2jHw/XegEOkfB3nI/AAAAAAABnUQ/Mcm4_n8lZZ4zrwiEtGGS1a4NBljB6ExSACLcBGAsYHQ/s1600/depositphotos_100000924-stock-photo-silhouette-of-man-sitting-on.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="681" data-original-width="1023" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-VKntg5o2jHw/XegEOkfB3nI/AAAAAAABnUQ/Mcm4_n8lZZ4zrwiEtGGS1a4NBljB6ExSACLcBGAsYHQ/s320/depositphotos_100000924-stock-photo-silhouette-of-man-sitting-on.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A felicidade é o tema por
excelência da filosofia, isso porque é inegável que é o objetivo da vida de cada
humano. Porém, mesmo sendo algo universal, conceitualmente não foi e nem é assim.
Do conceito a realidade há discussões, afinal o que é felicidade? É possível
ser feliz? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu, como qualquer ser
humano, desejei e desejo a felicidade. Já me vi feliz, infeliz, já mudei minha
ideia de felicidade, mas nunca deixei de querer ser feliz. Foi preciso um longo
caminho para que eu, enfim, entendesse que não é possível ser feliz sem a
organização dos afetos e da razão. Entendi que há uma diferença entre alegrias transitórias
e felicidade. E que a dependência da felicidade dos elementos externos não pode
garantir nenhuma felicidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Se o homem é forjado pelo
desejo, e este liga-se ao prazer e ao desprazer, a felicidade está ligada a
administração disso. E administrar é reconhecer nossos desejos, entender nossas
paixões, compreender o que nos rege dentro e fora, perceber os limites do
prazer e da realidade. Assim só o homem que realmente deseja ser feliz o pode, pois
é aquele que vai investir em aumentar a alegria da vida e viver consoante sua
realidade. Feliz é quem usa de suas forças para bem viver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Com isso, podemos afirmar, com
a maioria dos filósofos, felicidade é autoconhecimento, pois sem conhecimento
de si, não é possível investimento em si. E para se ter um legítimo autoconhecimento
temos que nos desvencilhar das mentiras e das ilusões que tão de perto nos rodeiam.
É preciso racionalidade para ser realmente feliz, logo é falacioso quem diz que o ignorante que é feliz. O ignorante é apenas enganado, e nenhum enganado é
de fato feliz. Mas, não é somente a razão que é necessária, só é feliz quem não
departamentaliza a existência, assim depois do conhecimento e da admissão de si
e da realidade é necessário o encantamento com a existência, que se dá por uma
espécie de sentimento de pertencimento, ou como dizia os românticos, de
sentimento oceânico, ou como fala Espinosa, a intuição, ou até mesmo a fé. Trata-se
de um saber que não passa necessariamente apenas pela lógica do discurso, mas
pela entrega. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É feliz quem se sente-sabe
parte de um todo, pois não pode haver real felicidade sem completude. Daí o
homem em sua finitude buscar ser feliz, por não se contentar apenas com a
parte. Há sempre um mais, porém o mais sem a intuição é produtor de ansiedade e
outros distúrbios. É no descanso de saber-se parte do todo que a busca pela experiência
dessa totalidade é feliz. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Vejam, os místicos têm
razão, mas, a religião que separa Deus dos homens, não. Deus como totalidade é
fonte da felicidade, mas como ser Outro, totalmente separado de sua criação,
não. Os religiosos não são felizes, os espirituais sim. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os infelizes buscam ser felizes na conquista
do transitório, do mundo e das coisas, os felizes o são porque conquistam a si
mesmos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Felicidade, portanto, é totalmente
possível! Comece conhecendo a si mesmo, cada afeto, cada desejo, cada conexão. Conhecer
o que nos fortalece e o que nos enfraquece, o que provoca prazer e desprazer,
alegria e tristeza. </span><span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A obtenção da felicidade passa pela
resolução dos problemas afetivos, os quais, por sua vez estão diretamente
relacionados ao conhecimento.</span> <span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Conhecendo a mim mesmo,
avanço para conhecer a realidade que me cerca, pois não existo no mundo só, e
nem se pode ser feliz sozinho. Sou corpo, e tenho que entender os limites do
meu corpo, impostos pelo mundo, do contrário viverei a sofrer a pressão sobre
meu corpo por não saber administrar meu prazer diante da realidade. </span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Conhecendo essas duas dimensões
tenho condições de agir. Poderei escolher entre o que me confunde ou o que me
liberta, entre a escravidão dos desejos ou a libertação da vontade. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Poderei gerir melhor os afetos, buscando potencializar
aqueles ligados a felicidade, como a alegria por exemplo, e a verdadeira
alegria é quando a desenvolvemos em nós e por nós, tirando sua dependência
extrema das coisas externas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Felicidade requer
aprendizado. Precisamos aprender a cultivar os melhores afetos. É preciso conhecer
os bens espirituais. É preciso potencializar a alegria. Se somos seres
desejantes e racionais podemos aprender a desejar o melhor, pois nossa felicidade
está muito ligada a qualidade do objeto que desejamos. Felicidade, portanto, é
uma arte de organizar encontros, encontros do interior com o exterior, do
prazer com a realidade, dos corpos entre si. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A pessoa feliz é capaz de
unir em sua mente o finito com o infinito, e assim amar a totalidade. E como
não ser feliz aquele que se compreende parte de um todo magnífico?! É ter a
alegria dos deuses. É ser deus. E sendo parte de uma totalidade temos ciência
que todos são, logo ser feliz é saber que é parte do outro e com o outro,
felicidade é generosidade, assim como a tristeza é egoísmo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu sou um homem feliz,
depois de passar a minha infância e adolescência inteira me dizendo infeliz.
Ali, era infeliz porque não me conhecia e então responsabilizava a todos e tudo
pelo meu sofrer, sofrer esse imaginário, pois era resultado da mentira em que acreditei.
Demorou, mas os castelos de areia foram desfeitos, e conheci a mim mesmo e o mundo
que me cerca, e no conhecimento de minha finitude conheci o desejo pelo infinito,
e me lancei no mar da totalidade. Tornei-me um novo homem, e por se feliz, sou
alegre, potente e amante da amizade. Faço minhas as palavras de Espinosa, “nada
estimo mais, entre todas as coisas que não estão em meu poder, do que contrair
uma aliança de amizade com homens que amem sinceramente a verdade”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O conhecimento me libertou
da imaginação moral que separava o mundo entre bons e maus. Pessoas felizes
separam o mundo entre o que é potente e impotente, o que promove alegria e
promove tristeza, e se empenham em manter a alegria viva. O conhecimento também
me libertou do domínio das paixões, me lançado no campo da ação, em vez de
escravo do desejo, o homem feliz age em torno do seu desejo. O homem feliz é
ativo frente as paixões, enquanto o homem triste é escravo das mesmas. Não
temos como eliminar as paixões, mas podemos agir sobre elas. O homem feliz é,
portanto, aquele que é capaz de se autodeterminar como fruto do autoconhecimento,
e que mesmo diante das condições exteriores, se mantém sereno e firme em sua
potência, pois sua vida é marcada pela intensidade do afeto de alegria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O homem feliz é um homem
livre. E o segredo é, quanto mais autoconhecimento e conhecimento, mais ação,
mais felicidade, mais liberdade. E liberdade não é de ser o que quisermos, o
que é impossível, mas justamente para ser quem somos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ser feliz é um modo de vida,
não somente uma sensação, ou sentimento. Um modo de vida que se esforça por
perseverar na existência, elevando ao máximo os bons afetos, conduzindo sua
vida de acordo com a razão, buscando a verdadeira utilidade nas coisas,
reconhecendo que somos parte da totalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Mais uma vez, a felicidade é
possível! A pergunta fundamental então é que modo de vida você terá a partir de
agora?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">4 de dezembro de 2019</span></b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-92205495649113754282019-10-20T08:54:00.000-07:002019-10-20T09:01:57.072-07:00Adão e Eva ou Adão e Ivo?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-m-Sj9Cg-d0Y/XayDA0t7O5I/AAAAAAABmbg/UglvrEFoNOEXXBy300MFwYqyOYdk67nNACLcBGAsYHQ/s1600/WhatsApp%2BImage%2B2019-10-18%2Bat%2B23.20.01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="729" data-original-width="1280" height="182" src="https://1.bp.blogspot.com/-m-Sj9Cg-d0Y/XayDA0t7O5I/AAAAAAABmbg/UglvrEFoNOEXXBy300MFwYqyOYdk67nNACLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2019-10-18%2Bat%2B23.20.01.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Em 2006 escrevi um texto sobre a <a href="https://ivofernandes.blogspot.com/2011/06/sobre-os-homossexuais.html" target="_blank">homossexualidade</a>, postado no meu blog. Quase
nada mudou no meu pensar, de lá para cá, sobre esse assunto, exceto a questão da luta
política desse grupo de pessoas, pois hoje sou um defensor direto da maioria de
suas pautas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">A homossexualidade é um fato, e isso deveria ser o argumento suficiente para
acabar com tanta discussão estéril. Qualquer olhar honesto para a vida, descartaria
a afirmação ideológica-religiosa que trata a homossexualidade como uma
anormalidade da natureza ou como uma mera escolha de todos os indivíduos nessa
condição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Hoje todos os avanços científicos sérios mostram que a </span><span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">orientação sexual é multifatorial, com evidências de
contribuições genéticas, psíquicas e ambientais múltiplas. O que nos leva a assumir que
posturas simplistas diante do tema é má-fé. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Homossexualidade
não é uma invenção da contemporaneidade. As tentativas de explicar a origem da
homossexualidade incluem teorias que vão da mitologia à sociologia. Hoje, sabemos
que a homossexualidade não é um transtorno mental como foi pensando no século XIX,
nem que é reversível como insistem alguns religiosos. A verdade é que por trás
desse discurso muita gente ganha muito dinheiro em cima do sofrimento de
pessoas. Você goste ou não, entenda ou não, a homossexualidade é uma variação
absolutamente natural do comportamento humano.</span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">E o que quero
dizer com natural numa linguagem teológica? A existência histórica, ou seja, a
existência pós-queda. Então, antes da queda não havia homossexualidade? Não
sei! Pois o antes-da-queda, é uma impossibilidade histórica. O que posso afirmar
é que tudo que entendemos por orientação sexual, seja hetero ou homo é fruto da
existência, e a existência é fruto da Queda.</span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Logo, se heterossexualidade
é natural, homossexualidade também. E como o natural, está dentro da Queda,
isso quer dizer que não há modelo de sexualidade espiritual.</span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Então como fica Adão
e Eva? Se assim fosse não era pra ser Adão e Ivo? </span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Adão e Eva são
símbolos de uma mesma realidade, a humana, e não necessariamente de homem e mulher,
enquanto gênero. </span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">O gênero original
é o humano, constituído de homem e mulher, sem separação. Ou seja, o modelo
edênico é de unidade e não sexual, pois ele apresenta dois sendo um, não se tornado
um por meio do sexo, mas sendo um a partir da fonte divina, que no símbolo trinitário
são 3 em um. </span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">A humanidade é
fecunda e criativa e boa. Seja qual for a sexualidade aí presente o que impera
é a unidade. </span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">É no relato da
Queda, que vemos as primeiras explicações binárias. E já no primeiro relato se
constitui aí um binarismo de ordem patriarcal, pois o homem (gênero) passa a
ser superior a mulher (gênero). E isso se arrastou por toda a história e ganhou
mais força quando o gênero e dimensão biológica se juntaram na modernidade e as
estruturas físicas passaram a determinar a lógica do gênero.</span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Ora, em uma
cultura onde o gênero – homem, era superior a mulher, tudo aquilo que ameaça
essa lógica era visto como algo a ser exterminado, ou colocado sobre o domínio
dessa lógica, como a homossexualidade por exemplo.</span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">No entanto, o
projeto edênico não é um projeto sexual, é um projeto de unidade. “Não é bom
que o homem esteja só”. A existência é marcada pela lógica do par, não
necessariamente sexual, mas o relacional. Ora se sexo fosse espiritual, no céu
deveria continuar havendo sexo, mas não é o que está presente no ensino do
Cristo. </span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Uma análise
cuidadosa, crítica e não fundamentalista das escrituras, nos revelará que o
tema homossexualidade quase não é abordado pelos textos como muita gente acha
que é. </span><span style="background: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Existem dois textos no velho testamento proibindo um homem deitar-se com
outro, e um texto no novo testamento associando a prática romana de orgias a um
aspecto homossexual. Os demais textos são ambíguos e cabem múltiplas interpretações.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Para um leitor não crítico das escrituras esses textos são suficientes para
fazê-los negar a realidade, e a partir daí, construírem suas doutrinas de ódio
e preconceito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">É notório que a principal questão dos textos, especialmente os do NT,
não são sobre a condição homossexual, mas a condição social em que certas
práticas sexuais, provocam a destruição do próximo. Em outras palavras, o pecado é o abuso
do outro, e destruição da unidade. Não é a homossexualidade que é pecado, mas a
falta de amor para com o próximo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Adão e Eva ou Adão e Ivo? Qualquer um, pois eu sou Ivo, eu sou Eva, eu
sou Adão, e em Cristo eu sou Nova Criatura, revestido de Glória, onde as
divisões da existência estão superadas e eu estou em unidade com Deus, com a
natureza e com o próximo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">Ivo Fernandes<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="color: black; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 12.0pt;">20 de outubro de 2019<o:p></o:p></span></b></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3583338010851304832.post-13495809208563547062019-09-15T08:44:00.001-07:002019-09-15T08:44:59.040-07:00Não te matarás – da angústia ao suicídio<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-Yg1K4yO7_dc/XX5cc6IhniI/AAAAAAABmCw/x1uMak5otkselYMrqbbTd5OZ6g10RJpRQCLcBGAsYHQ/s1600/still-life-1241298_960_720.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="960" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-Yg1K4yO7_dc/XX5cc6IhniI/AAAAAAABmCw/x1uMak5otkselYMrqbbTd5OZ6g10RJpRQCLcBGAsYHQ/s320/still-life-1241298_960_720.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">O suicídio não é um tema fácil.
Nenhuma ciência dá condições absolutas de fecharmos essa questão em torno de
apenas um discurso. No entanto não se pode deixar de buscar uma compreensão cada
vez mais profunda diante dos números.</span></div>
<ul type="disc">
<li class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Cerca de 800 mil
pessoas morrem por suicídio todos os anos ( a cada 40 segundos)</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para cada suicídio,
há muito mais pessoas que tentam o suicídio a cada ano. A tentativa prévia
é o fator de risco mais importante para o suicídio na população em geral.</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O suicídio é a
segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos
(</span><span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;">após as
complicações na gravidez, e a terceira entre meninos, depois de acidentes
de trânsito e violência.</span>)<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">79% dos suicídios no
mundo ocorrem em países de baixa e média renda.</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É importante ressaltarmos que
a maioria dos casos de suicídio não são atos voluntários racionais, antes são
resultado de um estado completamente estranho ao raciocínio. Quem comete
suicídio é antes de tudo uma vítima de algo que lhe habita. Por isso é importante
buscarmos a compreensão das causas para podermos combater. O reconhecimento
destes dados possibilita aos programas de incentivo à prevenção uma visada do
suicídio como um complexo que envolve fatores psicológicos, sociais,
biológicos, culturais e ambientais. Trata-se de um sério problema de saúde
pública.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O ato suicida, compreendido
como não racional e não voluntário, permite que se descreva o suicida por
características como a presença de sentimentos ambivalentes desde os quais “a
pessoa sente um desejo de fugir da dor de viver e sente o desejo de viver ao
mesmo tempo. Muitas pessoas suicidas não querem realmente morrer” (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2002, p.77). Portanto, considerar o ato suicida como não racional
e não voluntário e definir o suicida como uma pessoa que não quer morrer são
dados básicos que sustentam a detecção e o gerenciamento de fatores de risco para
a prevenção do suicídio. Deriva desse pressuposto que a disponibilidade
imediata de um método para cometer suicídio é um fator de risco e que “a
redução do acesso aos meios de cometer suicídio é uma estratégia eficaz de
prevenção do suicídio” (WORLD HE- Estudos de Psicanálise – Aracaju – n. 34 – p.
63-70 – Dezembro. 2010 <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Logo, combater o suicídio é combater
todas as possibilidades que podem levar o sujeito a isso, da posse e porte de armas
até o excesso de isolamento virtual. Quando se afirma não haver outra saída,
entende-se saída para quê? Para a infelicidade? Para a dor? É preciso entender
o que está dizendo cada pessoa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É também preciso rever os
preconceitos sobre o tema. Durante muito tempo a tradição cristã considerou o
suicídio, um tipo de homicídio, de assassinato. E portanto, o mandamento “não
matarás” também foi lido como “não te matarás”. Mas será que podemos dizer que
um sujeito conduzido ao suicídio por forças maiores que sua racionalidade,
realmente se matou, ou foi morto por tal condição? Se eu entendo que o suicida não
quer morrer (quer aqui como ato voluntário, racional) então não estou diante de
um homicida, mas diante de uma vítima. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Entendendo o suicida como vítima,
podemos identificar alguns elementos que podem nos ajudar a lutar contra esse
quadro. Dois deles merecem destaque, o luto e a melancolia. Freud escreveu: <span style="background: white; color: black; mso-color-alt: windowtext;">"no luto, é
o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio eu". <i>Sendo
o eu desvalorizado e passível de punição haverá um desapego à vida.</i></span></span><i><span style="background: white;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">Freud diz que na melancolia as autorecriminações são
recriminações feitas a um objeto amado, que foram deslocadas desse objeto para
o eu. A retirada dessas acusações do objeto amado e direcionadas para o eu é
pilar na reflexão psicanalítica acerca da melancolia e para a construção de
considerações sobre o suicídio. Há uma identificação do eu com o objeto
abandonado. Dessa forma, a "sombra do objeto caiu sobre o eu, e este pôde,
daí por diante, ser julgado por um agente especial" (Freud, 1917 [1915]
/1996a p.280). Estabelece-se uma identificação do eu com o objeto que fora
abandonado, a partir de então é julgado como se fosse o objeto perdido, a perda
deste objeto culminou em uma perda do eu.</span> Mas como o eu consente com a
própria destruição? O eu só pode se matar se puder tratar a si mesmo como um
objeto, dirigindo contra si mesmo a hostilidade relacionada a um objeto.
Observa-se na melancolia que o eu apenas se destrói quando trata a si próprio
como um objeto, a destrutividade é uma reação do eu para com objetos
pertencentes ao mundo externo.</i><i><span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">É preciso levar a compreensão
das coisas perdidas e não se confundir com elas. É importante identificar a
constituição do supereu e pela consciência diminuir os sentimentos de culpa,
ódio ou desprezo de si. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Quando se compreende o homem
como um ser de falta, como quem foi cortado de uma situação originária, temos
um sujeito que guarda em si uma angústia por um objeto perdido que só pode ser
pensado em termos mitológicos, como é o caso do paraíso edênico. Assim essa
sensação estrutural do objeto perdido é revivido na tensão de perda de qualquer
outro objeto, e na tentativa de não perder o homem sofre, e como não é possível
não perder, vive essa dinâmica ampliando os objetos e assim escapando da angústia
permanente para a transitória, mas quando esses objetos externos perdem sua
força a angústia se associa ao próprio eu, e aí perdido de si, o homem não
consegue suportar a existência em angústia permanente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No entanto, <i><span style="background: white; color: black; mso-color-alt: windowtext;">Segundo Freud,
"é impossível imaginar nossa própria morte e, sempre que tentamos fazê-lo,
podemos perceber que ainda estamos presentes como espectadores. Por isso, (...)
no inconsciente cada um de nós está convencido de sua própria
imortalidade" (Freud, 1915/1996k, p. 327). Essa citação de Freud aponta um
desconhecimento sobre a própria morte, não há um registro de morte no
inconsciente. </span><span style="background: white;"><o:p></o:p></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">Então o que</span></i><span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;"> ocorre efetivamente no suicídio? Uma tentativa de fugir de
uma situação de sofrimento que chega às raias do insuportável, da angústia
permanente. </span><span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">É preciso combater o fim do desejo, ou mesmo o fim da falta,
pois a falta nos faz transitar de objeto e assim viver, porém quando essas
coisas deixam de estar no mundo externo, e se coloca sobre o eu, o sujeito é
tomado de angústia sem poder representá-la.</span><span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">É preciso valorizar encontros e diferenças, pois o abandono
do Outro ou a série de encontros faltosos com o real, são causas de sujeitos
empobrecidos e aniquilados, que assim escolhem morrer, fazendo do suicídio algo
que dê significado a uma vida sem sentido. </span><span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">É preciso resgatar fantasias, porém não é preciso retroceder
a magias ou enganos, podemos resgatar pela via da poesia, da espiritualidade,
da música, do sentimento de totalidade, da terapia. Se por um lado é a percepção
da ilusão o caminho da cura para um neurótico, por outro o fim delas pode ser o
gatilho do suicídio. É preciso então potência de criar, é preciso força para
inventar. A Vida tem o sentido que dermos a ela, e podemos dar belos sentidos. </span><span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">Na clínica psicanalítica a força da cura
está na transferência, e só há real transferência quando o analista ocupa o lugar
do suposto saber, colocado aí pelo analisante e assumido estrategicamente pelo
analista. É nessa transferência que surge o amor ao saber. A clínica do suicida
se dá da mesma maneira, substituir o gozo da morte pelo gozo do saber. Fazer de
sua vida a questão, da sua descoberta a meta. </span><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">Levando para fora da clínica é preciso reencantar
a jornada, valorizar a pergunta, reinventar os sentidos. O novo mandamento é: inventa
a vida!</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;"><br /></span></b></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">Ivo Fernandes</span></b><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div style="background: white; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif; mso-color-alt: windowtext;">15 de setembro de 2019</span></b><b><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Consultas, citações e trechos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">AGOSTINHO, S. (413-426), A
cidade de Deus. 2. ed.. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. v.1, livro
1,cap.XX. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">Freud, S. (1996a). </span><i style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">Luto e melancolia</i><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"> (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud, Vol. 14, pp. 245-263). Rio de Janeiro: Imago.
(Originalmente publicado em 1917). </span><span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">Freud, S. (1996k). </span><i style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">Reflexões para os tempos de guerra e morte</i><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"> (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas
Completas de Sigmund Freud, Vol. 14 pp. 281-312). Rio de Janeiro: Imago.
(Originalmente publicado em 1915). </span><span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">CARVALHO, S. </span><i style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">A morte pode esperar? Clínica psicanalítica do suicídio</i><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">. Salvador:
Associação Campo Psicanalítico, 2014</span><span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="background: white; color: black; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-color-alt: windowtext;">PDF</span></b><b><span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><a href="http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000300003"><span style="color: windowtext;">http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482009000300003</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><a href="http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0100-34372010000200009&lng=pt&nrm=iso"><span style="color: windowtext;">http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0100-34372010000200009&lng=pt&nrm=iso</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><a href="http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-157X2015000200022"><span style="color: windowtext;">http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-157X2015000200022</span></a><o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
Ivo Fernandeshttp://www.blogger.com/profile/17020809201233514903noreply@blogger.com0