Um momento de confissão
Hoje abri meus emails depois de dias em que evitei isso. Nos últimos dias evitei quase tudo, busquei o silêncio, o mar, a mim mesmo. Hoje pensei em escrever alguma coisa, mas não consegui. Só há espaço para confissão.
Confesso que minha alma está cansada. Mesmo tendo reinventado minha história e a recontado tantas vezes, existe uma falta, uma ausência presente de algo que não se nomeia, mas que se revela na ausência do pai, dos amigos, da parceria, da aceitação, do amor.
Envelheci anos em semanas quando fui ferido repetidamente por aqueles a quem dei a minha vida. Quantas lágrimas derramadas, em quartos secretos, em banheiros fechados, nas madrugadas da minha história.
Aos poucos fui perdendo tudo que configurava minha velha vida, mas confesso que ainda não tenho uma nova, não dentro de mim. Estou profundamente cansado por ter tentando sustentar a muitos respirando enquanto estava submerso em águas frias.
A solidão que antes considerava amiga tornou-se inimiga, e de repente o fogo apagou-se e sinto frio. Porém minha fé continua intacta, crescente e apesar da contradição dessa afirmação, estou em paz com Deus e em Deus.
Amigos, não percam tempo tentando entender ou mesmo descobrir causas que só encontrariam se vissem para além do que se vê. Essa confissão não pretende ser respondida. Meus amigos não precisam me escrever nada, apenas não se escandalizem com minha fraqueza, não transformem minha humanidade em algo maligno.
Ivo Fernandes
22 de março de 2010
22 de março de 2010
Comentários
Fraco, nós? somos! porque não resistimos a tão simplória situação. Deus está criando até hoje. Eu creio! E você não está só.
Eu vivo nestes dias também, amigão...
abração,
aprendendo a nadar,
hugo
não nos conhecemos. É a primeira vez que acesso seu blog e de cara, me apaixonei por esta " confissão".
Você viu minha alma, você viu meu momento e o descreveu.
É muito bom ver escrito aquilo que não consigo colocar em palavras, mas me dói no peito.
Beijos