A grandeza das Escrituras

Não podemos confundir Revelação com os objetos que apontam para ela ou dela testificam, assim como não podemos confundir a Palavra com as escrituras. É claro que existe uma unidade entre uma e outra, mas ainda assim não se pode confundi-las. As escrituras são testemunhas da Palavra e sua singularidade está no fato de se tratar dos relatos daqueles que foram testemunhas oculares do evento sem igual da revelação.
Ignorar a diferença é confundir o humano com o divino, e as escrituras são os relatos dos homens, portanto humana, do encontro com a Palavra, e neste caso também divina. E na sua humanidade as escrituras encontram sua fragilidade, mas que não se faz empecilho ao poder da Revelação nela contida.
Pertence à humanidade da escritura os relatos de como os homens concebiam a criação, relatos que misturam história, lendas e sagas, além das concepções teológicas que estavam intrinsecamente ligados a cultura dos escritores. Pertencem também as duplicações e contradições encontradas na comparação dos textos.
A maioria dos homens que luta contra essa diferença, procura deter o poder nas mãos. Não permitem a liberdade da Palavra, pois assim deixariam de exercer o controle que exercem quando afirmam possuir a correta interpretação textual.
A grandeza das escrituras não é a infalibilidade e sim o fato de que por meio dela podemos ter um encontro com a Palavra.
Ivo Fernandes
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