A questão da obediência II

Não conseguimos escapar das relações de obediência. Elas nos definem enquanto sujeito e sociedade. Submetidos a figuras de autoridades associada ao deus-imaginário ou negando toda autoridade estaremos colhendo sempre frutos de nossa relação com a questão. Se por um lado a submissão as autoridades associadas ao deus-imaginário infantiliza o ser, a falta da relação de obediência debilita o eu, gerando angústias, neuroses e até psicoses.

A obediência relacionada ao deus-imaginário é fruto dos sentimentos infantis de onipotência e adquire um comportamento mágico diante da vida. Os sentimentos envolvidos são medo e amor, gerando dependência ou rebeldia.

Jesus ensina uma forma completamente diferente dessa relação de obediência. Não nega a relação necessária da obediência, mas cancela toda hierarquia, esvazia todo espaço de autoridade. Anuncia uma sociedade igualitária de irmãos, onde o culto a personalidade não existe, e em vez de autoridades, existem funções, onde a obediência é disposição para servir de maneira livre e voluntária. A submissão enfim é substituída por uma decisão livre e voluntária para o serviço, sempre analisando as fontes de onde procedem as orientações e pedidos. Só assim as relações de obediência geram saúde para a alma.

Ivo Fernandes
29 de novembro de 2010

Comentários

Adriana disse…
Mano,

preciso pegar este também, vem de encontro com um certo momento que vivemos por estas bandas.

agradeço

Adriana Chalela Curdoglo

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