Eu e o Outro
Esse tempo, e talvez os outros
antes dele, mas com certeza este, é um tempo onde tudo vira produto até as emoções
humanas. E o produto de consumo precisa dos modelos, estereótipos para ser
vendável. Começa assim a produção da
crença prévia, que determinará como as pessoas deverão pensar e sentir, e isso
atinge a tudo, desde como os pais devem educar seus filhos até como os
professores devem ensinar seus alunos.
Somos tão convencidos que
desejamos o produto que chegamos a desejá-lo como desejamos a nós mesmos. Assim
não fica mais distância entre eu e o ele. Isso me faz lembrar o mito de
Narciso, aquele que se afoga no lago na tentativa de capturar sua própria
imagem.
Nesse tipo de sociedade o
preconceito é reinante para com os modelos que se diferenciam daquele que a
maioria ou a minoria em poder, determinou como ideal. E ninguém escapa
disso. Todos nós somos preconceituosos. A
questão será o que faremos a partir deles.
Não é possível que haja saúde
humana enquanto permanecermos excluindo o outro, pois na exclusão dele, também
excluímos algo de nós. Quando excluímos o outro, perdemos a chance de nos
vermos de outras formas, deixando a oportunidade de incorporar as diferenças.
Ivo Fernandes
18 de novembro de 2011
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