Por que dizer não à formação universitária em psicanálise?
Por que dizer não à formação
universitária em psicanálise? Porque nada na psicanálise é estável ou
universal. Nem um dos seus temas cabe no discurso universitário. Psicanálise só
é possível na clínica e na transmissão pela reflexão e pesquisa contínua.
Como levar o divã para a
sala de aula? Como determinar o período de análise necessário? Já bastam as
várias escolas psicanalíticas que transformaram a psicanálise em curso que pode
ser certificado, colocando a análise pessoal dentro de um número e não no
correto exercício analítico.
Eu amo psicanálise como amo
filosofia por uma mesma razão, elas nascem da questão posta em mim, por mim e
para mim. Não há transmissão da psicanálise sem análise pessoal.
O território psicanalítico
não é médico, nem pastoral, nem universitário. A psicanálise opera no campo das
questões, e diferente da filosofia não é uma busca de autoconhecimento, mas uma
busca do não saber, aí onde somos.
De Freud a Lacan, vimos que
a psicanálise lida com o que não fecha. Lida com aquilo que não se resolve,
Freud, e com o que não existe, Lacan, a relação sexual.
Logo, para lidar com esse
território instável, é necessário por ele ter andado, e ninguém conduzirá outro
para além do lugar que foi.
Não é em sala de aula que
obteremos a resposta. O suportar de si depende do percurso pessoal analítico.
Cada um deverá dá conta, somos responsáveis pela resposta aceita, crida,
inventada, admitida.
Quer ser um psicanalista?
Faça análise antes de tudo, mergulhe nas partilhas que outros já fizeram e
continuam fazendo e se reúna com pessoas no mesmo percurso. A isso chamamos de
tripé psicanalítico: análise, teoria e supervisão.
Eu tenho feito meu percurso
atualmente com outros por meio da Sociedade Psicanalítica Ecce Homo.
Ivo Fernandes
19 de janeiro de 2022
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