Dia dos pais
Tornei-me pai no dia 09 de abril
de 2000, de lá para cá todos os dias foram dias de ser pai, pois não houve
nenhum dia onde essa realidade não envolvesse cada uma das minhas decisões.
Depois em 14 de janeiro de 2008, e em 13 de setembro de 2011.
A vida não é uma sequencia
lógica, nem sempre o que desejamos ocorre, nem sempre nossos planos dão certo,
nem sempre acertamos. Somos alcançados pelas consequências de nossos atos
impensados. Somos surpreendidos por sentimentos que não controlamos. Somos
arrasados pela impotência diante de um amor que acaba. Somos surpreendidos por
doenças incuráveis.
Aí, no meio das dores da vida,
onde tudo muda, uma coisa permanece, você continua pai. E isso torna-se força
para ser nobre, honrado. Isso lhe faz controlar tempestades interiores.
Levantar. Seguir enquanto há vida.
Dizem que nada se compara ao amor
dos pais. De fato. Qual amor é tão livre como esse, que ama não para si? Qual
amor permanece mesmo se rejeitado, senão esse?
Amei uma menina que hoje é uma
jovem, suas escolhas raramente me envolvem. Segue sua vida sem precisar me
ligar, me dizer oi, me visitar ou cumprir qualquer obrigação. E o que sinto?
Sinto que a amo, e que desejo simplesmente que ela seja feliz. Daqui a pouco mais
duas delas seguirão da mesma forma. A casa do pai não será o lugar mais
desejado, talvez apenas nesse dia haverá algum esforço para visitá-lo. E o que
sinto? Sinto que as amo não para mim, sinto que as amo para vê-las felizes.
Que outro amor permanece na
distância, quando está perto é a melhor forma de dizer te amo? Sei como é fácil
nos esquecermos de como amar, e nem todos pais amam assim. Eu mesmo, nunca tive
um pai que se importasse. E o que sinto? Que Ele perdeu a chance de sentir a
melhor coisa do mundo – a alegria de ter filhos.
Feliz o homem que aceitou a
paternidade, que se fez pai todos os dias, que amou livremente, que respeitou o
caminho dos filhos, e que jamais os abandonou.
Não sei o quão importante sou e
serei para as minhas filhas, sei que elas foram e são e continuarão sendo até o
fim minhas razões.
Ivo Fernandes
12 de agosto de 2016
Pai de Ivna, Cecília e Clarice!
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