A fé é absurda
O chamado do Evangelho é absurdo.
A fé é um ato irracional, não é objetiva, lógica ou capaz de ser explicada,
porém não é inconsistente. A fé não é um dom de Deus oferecido apenas a alguns
poucos predestinados. Ela emerge de nós tecida dos absurdos e esperanças da
vida. É uma paixão pelo desconhecido, um desejo de impossível. Sim! Fé é
paixão!
Ela é um assombro e nenhum ser
humano está excluído dela. Não se trata de uma crença, mas de um caminho. E é
um caminho de angústia, temor e tremor. É um vale das sombras e da morte. Fé é
abraçar a incerteza como promessa.
Deus não pode ser compreendido,
nem seus atos desvelados. Por isso é necessário que aqueles que Dele se
aproximem tenham fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus. A Fé é escândalo
para a Razão.
O chamado do Evangelho é para um
abandono absoluto perante Deus como paradoxo. Não há nenhuma garantia que
anteceda o salto da fé. A decisão do salto é individual e intransferível. E
todo caminhante é responsável pela decisão que tomar. O caminho da fé é um
caminho solitário. O Caminho de Abraão é um caminho só rumo ao monte Moriá.
Podemos até demonstrar a razão da
nossa fé, mas não podemos fazer isso objetivamente, muito menos prová-la
racionalmente. Posso explicá-la simplesmente vivendo. A fé vive em virtude do
absurdo e o absurdo não tem explicação. É a esperança contra a esperança.
É estar nas mãos de Deus e não
saber o que Ele quer, qual o seu prazer. É estar totalmente preparado para o
que jamais se prepara, Àquele que vem como Ladrão, e nos assalta.
Ivo Fernandes
20 de julho de 2013
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