A mensagem de salvação de Jesus
Texto: Lc. 18-19.10
Inegavelmente a mensagem de salvação é um dos pilares
teológicos da tradição cristã, porém não é uma criação própria, ela está
presente na maioria das religiões e até fora delas também. No NT a salvação
está intimamente ligada a vida, morte e ressurreição de Jesus, sendo a cruz seu
grande símbolo. Porém não é sobre o que produzimos enquanto igreja sobre a
salvação que desejo abordar agora, mas sobre o que Jesus de Nazaré falou sobre
esse assunto.
A palavra grega presente no NT para salvação
“soteria” transmite a ideia de cura, redenção, remédio e resgate. Na maior
parte dos textos onde esse termo aparece no discurso de Jesus salvar é sinônimo
de cura e ou libertação (Lc. 18:42; 17:19; 7:50; 8:4; Mc. 5:34; 10:52; Mt 9:22)
Inegavelmente, Jesus em diversas passagens é visto
como um homem que promove cura. (Mt 8:16-17; 9:12; Mc 2:17; Lc 4:18-23)
Na história de Zaqueu, um significado de salvação
mais profundo surge na mensagem de Jesus.
O desejo de conversão de um homem para mudar seus atos de injustiça em
atos de justiça e bondade. O fim do egoísmo era o sinal que a salvação entrara
naquela casa e naquele homem.
Portanto
o significado de salvação na mensagem de Jesus é referente a existência e não
uma fuga da mesma, trata-se da caminhada, não apenas uma morada no céu.
Trata-se de vida e vida em abundância. O grande objetivo de Jesus é gerar
consciência de filhos de Deus.
Salvar a
alma é torna-la espiritual, revesti-la de humildade e serviço ao próximo movido
por amor incondicional. Isso é ser salvo, filho do Reino, filho de Deus. E
Jesus entendia ser essa sua missão (Lc 9:51-56).
Para isso
metaforicamente a comunidade cristã foi interpretando a salvação em termos
metafísicos. E isso não é um problema se conseguíssemos retirar do símbolo
potência para ser aquilo que pelo Mestre foi ensinado. O Problema é que
tornamos nossos símbolos em dogmas. Retiramos deles o poder e não produzimos
com ele verdadeira conversão, pois não nos implicamos na mensagem.
Salvação
na mensagem de Jesus é fruto de uma relação, onde Deus, a mensagem e o homem
participam ativamente.
Imaginemos
um doente, onde o médico depois de examiná-lo diagnostica seu problema e
receita a medicação e até mesmo dá ao paciente a mesma. Tudo foi dado mas a
saúde só virá com a participação do doente seguindo as orientações do médico.
Nessa história podemos perguntar quem salvou o doente? O remédio, o médico ou a
decisão de tomar o remédio? Ou ainda as três ao mesmo tempo?
Jesus,
como médico de nossas almas, não nos violenta. Nos oferece o remédio que
nos cura de todas as nossas doenças: o Evangelho. Mas a decisão de seguir o evangelho é nossa.
Não é à
toa que Jesus sempre exclamou “Tua fé te salvou”. O Evangelho não é uma
informação recebida mas um caminho a ser seguido. A fé não é uma mera confissão
mas uma profissão.
O que devo fazer para ser salvo? Jesus responde –
Ame! E nisto está toda lei e os profetas. Ame ao próximo e amarás a Deus. Não é
salvo aquele que ainda não aprendeu a amar.
Ivo
Fernandes
7 de
setembro de 2014
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