Crônicas da Última Semana
Era um dia
de domingo Jesus viaja de Betânia a Jerusalém, uma viagem de 3 km e ao final da
tarde, volta para Betânia. Sim! Por toda essa semana ele retornará a Betânia.
Em Jerusalém aquela que deveria ser a cidade do Rei ele encontra a religião e a
corrupção dos homens, em Betânia, pequena cidade da Judéia, sem expressão política,
econômica ou cultural, ele encontra paz de espírito entre os amigos.
Em
Jerusalém entra como um morador de Betânia, sentando em seu jumento. E aqueles
que o saúdam como rei não sabem o que desejam.
Na
segunda-feira, de Betânia
Jesus volta a Jerusalém. No caminho, amaldiçoa uma figueira, bela representação
daquela cidade que não produzia mais frutos e nem matava a fome dos homens. Jerusalém
- figueira, teus comércios religiosos negam o amor de Deus. Não és mais uma
casa de oração, e sim um covil de ladrões. Ainda há alguém para ouvir a voz de
Deus nesse lugar?
Na
terça-feira prediz sua execução e no monte das oliveiras fala do tempo do fim. Na
quarta-feira um de seus amigos, Judas é contratado para traí-lo, mas enquanto
uns traem, outros
amigos o ungem em Betânia. E diante de um mundo confuso e perdido o Mestre
chora e lamenta pelos homens.
Na
quinta-feira ele faz mais uma vez o que foi sua rotina nesta semana, reúne os
amigos em torno de uma Ceia em Betânia, seria sua última páscoa e a primeira
das ceias dos que professam seu nome. E nesta ceia Ele lava os pés de seus
discípulos. Sim, o Senhor faz o convite, e mesmo Senhor recebe os convidados na
posição de servo deles. Sua mensagem se concretiza naquele ato – se sou mestre
e lavo os vossos pés, que não deveis fazer uns pelos outros? E da força da
amizade segue para seus piores momentos de dor. Dirige-se ao jardim do
Getsêmani.
Seu
sofrimento era imenso, seu suor virado sangue, o mesmo que serviria como
símbolo eterno da redenção dos homens. O médico ferido e sua vigília de dor.
Quem pode acompanha-lo? Quem pode vigiar com ele? É sozinho que enfrentará a
morte, e sozinho tornar-se-á o salvador de todos os homens.
Já é
sexta-feira e o Mestre espera por sua prisão. E com um beijo traído, com outro
beijo abençoa. Afinal não foi Ele quem ensinou a dar a outra face, a orar pelos
que perseguem e amar os inimigos?
Assim é
julgado, amarrado pelas costas, passa por um julgamento preliminar diante de
Anás (ex-sumo-sacerdote e sogro do então sumo-sacerdote José Caifás), levado
por um grupo de funcionários do templo e de soldados romanos. Lá é torturado
fisicamente. Depois passa pelo segundo julgamento diante de Caifás (genro de
Anás) e da Corte do Sinédrio, a mais alta dos judeus, formada por sacerdotes,
líderes, fariseus e escribas. O Mestre ensanguentado, flagelado diante do
tribunal corrupto dos homens que dizem representar Deus.
Um
interrogatório que não busca a Verdade. Aliás quem deseja a Verdade? Prenderam
a verdade no palácio do representante de Deus. E longe da verdade reinava a
injustiça e o ódio. E no terceiro julgamento sai a decisão para matar a
verdade.
Diante de
Pilatos a verdade está. Será ele que dará ouvidos a ela? Não! Prefere lavar as
mãos nas aguas sujas dos interesses. Assim Jesus é conduzido para o quinto
julgamento. Este julgamento se dá por Herodes Antipas, filho de Herodes o
Grande, que tinha jurisdição sobre a Galiléia. Jesus se recusa a responder a
qualquer questão e é devolvido rapidamente a Pilatos.
A verdade
se cala onde ninguém a deseja.
Jesus passa
pelo sexto julgamento. Pilatos, não vendo crime digno de morte, tenta
repetidamente libertar o acusado, mas os líderes judeus não aceitam. Pilatos,
então, manda que Jesus seja açoitado, talvez para aplacar a fúria dos que
pediam pela crucificação.
(O açoitamento era executado com um chicote chamado flagelo, feito de couro de várias dobras, nas pontas das quais eram afixados bolinhas de metal, ossos de carneiro e outros objetos pendurados nas pontas. Os soldados, que se revezavam, ficavam em pé. O prisioneiro era curvado e preso a um objeto fixo, com as costas nuas voltadas para os soldados com o açoite na mão. Cada golpe atingia as costas, os braços, os ombros, as pernas e as panturrilhas. "Os pedaços de metal penetravam na carne, rasgando vasos sanguíneos, nervos, músculos e a pele". É possível que flagelação causara em Jesus sérios danos.
Jesus comparece ao Pretório. Soldados de Pilatos pegam Jesus no tribunal e se divertem com Ele, torturando-o e colocando uma coroa de espinhos na Sua cabeça. Os soldados, como uma forma de diversão, puseram nas mãos de Jesus um falso cetro de graveto, passaram por Ele, ajoelhando-se debochadamente, cuspiram nele, tiraram o cetro de Suas mãos e bateram com Ele em Sua coroa de espinhos e em Seu rosto, que ficou machucado.
(O açoitamento era executado com um chicote chamado flagelo, feito de couro de várias dobras, nas pontas das quais eram afixados bolinhas de metal, ossos de carneiro e outros objetos pendurados nas pontas. Os soldados, que se revezavam, ficavam em pé. O prisioneiro era curvado e preso a um objeto fixo, com as costas nuas voltadas para os soldados com o açoite na mão. Cada golpe atingia as costas, os braços, os ombros, as pernas e as panturrilhas. "Os pedaços de metal penetravam na carne, rasgando vasos sanguíneos, nervos, músculos e a pele". É possível que flagelação causara em Jesus sérios danos.
Jesus comparece ao Pretório. Soldados de Pilatos pegam Jesus no tribunal e se divertem com Ele, torturando-o e colocando uma coroa de espinhos na Sua cabeça. Os soldados, como uma forma de diversão, puseram nas mãos de Jesus um falso cetro de graveto, passaram por Ele, ajoelhando-se debochadamente, cuspiram nele, tiraram o cetro de Suas mãos e bateram com Ele em Sua coroa de espinhos e em Seu rosto, que ficou machucado.
Jesus é forçado a carregar Sua própria cruz para a crucificação no Calvário. O centurião e os soldados colocam a cruz sobre os ombros do condenado. Ele a carrega sozinho ladeira acima, e depois com a ajuda de um transeunte Simão de Cirene. O que pensavam esses dois homens naquele instante?
Jesus chega
ao lugar de Sua execução: o Calvário e ao meio dia é pregado na cruz. É
possível medir sua dor? E em meio a tudo lá estava a verdade calada, até
ouvir-se o som "Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste? ”. E do
grito de abandono segue-se a consumação de tudo. E às quinze horas
daquele dia Jesus morre.
Acontece um terremoto. Soldados quebram as pernas dos outros crucificados, mas não as de Jesus, em vez disso furam seu corpo que é levado para ser enterrado no túmulo de José de Arimatéia. O que se fez pobre foi enterrado no túmulo do rico, e assim a porta estava aberta a todos os homens, ricos e pobres, homens e mulheres, aliás são elas que vão ao sepulcro na madrugada, sem medo, foram cuidar do corpo dAquele que lhes ensinara viver.
Sábado, o
mestre está morto. E no dia do silêncio, fora da história, o mundo estava
reconciliado com Deus. E isso seria revelado na manhã daquele domingo onde Jesus
aparece a Maria Madalena. E assim como escolheu Betânia para ser seu lugar,
escolhe a mais improvável das testemunhas. Depois aparece a dois seguidores no
caminho para Emaús. Depois aparece a dez discípulos. E até aquele
que não creu pode tocar nele.
Dias depois
em Betânia se despede nos deixando a certeza de que tudo está consumado, que a
Graça de Deus está sobre todo o universo, todo o mundo e todos os homens. E quem
sabe um dia esse lugar dos amigos não vá se tornar a Terra do Rei!
Ivo Fernandes
1 de julho de 2015
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